“Alô freguesia, é o carro dos sonhos que está passando.
Sonho de nata, doce de leite, chocolate.
De goiaba o sonho freguesia.
Sonhos fresquinhos na porta da sua casa.”
Era fim de tarde, eu dormi e acordei e o tal carro que anunciava estar passando ainda estava repetindo isso no mesmo lugar. Umas duas horas, fora de brincadeira.
O que ele fazia ali por tanto tempo, não descobri até agora.
(Afinal, era um carro ou uma barraca será?)
Sei que aquilo começou a me parecer a oportunidade perfeita – quase uma provocação. Só esperando que eu fosse até lá.
Ô moço, eu queria um daqueles bem coloridos, tem? É que ultimamente,depois que fecho os olhos, as noites aqui dentro têm sido meio esquisitas. E aí a cabeça deu de acordar com fome.