Lápides esmaltadas

Unha é um troço bem esquisito, você não acha?

Afinal, pra que é que elas servem hoje em dia, já que a gente não precisa mais cavar, agarrar presas, ou duelar?
(Se bem que uns, infelizmente, ainda precisam)

Já parou pra imaginar se você não as tivesse?
Aqueles dedinhos contínuos, só com pele... 
Será que mudaria muita coisa na sua vida?
Bem, na verdade, elas são bem úteis como acessório pra matar aquela coceira que  a pulga atrás da orelha dá, não é não?!
Além disso, servem também pra mulherada exibir todas aquelas novas cores e desenhos da moda que se inventa todo dia.

Hm, servem ainda pra encher o saco quando você não precisa delas, claro. Tem que ficar cortando porque atrapalha na hora de cozinhar, atrapalha na hora de digitar, atrapalha na hora de trabalhar.
Não vou negar que acho bem bonita uma mão bem feitinha, esmaltadinha, mas haja disposição - e tempo! (Pra quem vai na manicure, ainda vai lá, mas pra quem não vai, como eu...)

Bom, lero-leros à parte, as pobrezinhas ainda têm sim uma utilidade fisiológica.
Você sabe que elas são um bando de células mortas, que vão morrendo debaixo da pele dos dedos e vão sendo empurradas pra fora pelas células mais jovens?
É, a rebeldia da juventude. Elas querem dominar o mundo do corpo.
E as finadas, coitadas - que Deus as tenha - ali ficam na ponta das suas mãos, sendo cultivadas enquanto você não corta fora.
Mas não fique horrorizado(a), essa assombração é boa de manter por perto!
Porque elas ajudam a proteger os deditos e também dão mais sensibilidade a eles, olha que beleza!
Então mulherada, capricha aí na lápide, que quanto mais flor e mais cor, mais bonito e cuidado fica o cemitério!

Lápide SuperMario...















Lápide abelha...















Lápide Jornal (pela cultura das unhas!)...















Lápide PacMan (elas merecem entretenimento!)...

Você recebe uma caixa embrulhada em papel (vermelho) e laço de cetim (da cor que você acha que melhor combina).
Um quebra-cabeças!
Ao montar, percebe que algumas peças são lindas por si só. Indivíduos que nem precisariam de um conjunto, se isso quisessem reivindicar.
Já umas e outras... hã, você até pragueja porque não consegue encontrar onde caiba a dita cuja! Será que veio na caixa errada?
Mas pouco a pouco, com o passar dos anos, você vai vendo a paisagem linda se formar. E descobre que por mais deslocada que em algum momento possa parecer, cada pecinha se encaixa em seu devido lugar.
E então é só emoldurar!

Qual é a cor da sua vida?

Há gente que pense – e até diga –  que a nossa história é triste. Que já deu pano pra manga.
Já ouvi até “tomara que ela não se arrependa lá na frente”.
Pois eu, do lado de cá, garanto que ela é tão linda que já deu pra fazer o armário completo da princesa e todos os trajes de gala do príncipe. E mais as cortinas e tapetes do castelo, além das toalhas e a coisa toda.
Triste é a vida daquele que não faz dela o seu conto de fadas.  Isso sim.

Faguito cardiacus

Era uma vez um faguinho...
Ele gostava de bactérias.
Um dia alguém aumentou a rotação do agitador. Elepassoumalemorreu.
Um cardíaco em uma roda-gigante.
Assim morreu o faguinho.
Coitado dele.
Descanse em paz.
Da Camis XD

No meu sistema solar...

Aqueles olhos tão lindos me olhando com tanta admiração.
Com todo o carinho do mundo (mais lindos ainda)...
Enxergando no mais profundo do meu ser, onde olhos já nem poderiam enxergar.
Mas esses olhos conseguem.
E numa dessas, eles me disseram “o teu sorriso é a luz da minha vida. De todos os meus dias”.
Mal sabe ele que ele é o sol da minha alma.
Que dá vida à minha vida, seja noite ou seja dia.




E pode apagar a luz do dia, que ele sempre iluminará!

Ser ou não ser?

Percebo que venho ficando mais exigente com o passar dos anos.
(já até comecei a achar certo alguns conceitos que antes consideraria ranzinzice, hehehe)


Neste ponto das estradas da minha vida algumas pessoas vão assumindo o papel de indispensáveis, enquanto outras vão se tornando dispensáveis.
Um dia desses li alguma coisa que falava sobre pessoas que tentam ser marcantes na vida de outros, enquanto que uns se tornam essenciais simplesmente por ser quem são.
Hoje, para mim, a pessoa indispensável é aquela que me faz sorrir, que me abraça por amor. Que fica feliz simplesmente por eu existir – e estar bem.
Ao contrário daquela que me vem com cobranças. Que insiste nas cobranças – como se não fôssemos indivíduos e devêssemos viver um para o outro. A pessoa que não me acrescenta nada em uma conversa ou existência. Em uma relação na qual não há troca, não há construção. A pessoa que pensa ter posse sobre a outra, seja por motivo de amizade, “amor” ou família.
Esta pessoa não tem mais lugar na minha vida. Não me faz diferença. Tornou-se dispensável. Completamente.
Não é maldade, é apenas: pra que acumular o que não te traz nada de bom?
Que sentido há em viver para manter pessoas assim ao redor?
De que serve nutrir relacionamentos que não acrescentam em nada? Se não fazem mais falta?
Só pra ser mais um?
Nã-nã. Thanks.
Tem gente que precisa de quantidade. Eu preciso de qualidade, cada vez mais. Mesmo que fiquem “apenas” uns dez ou quinze. Mas que com certeza valem por incontáveis.
É incrível como tem gente que tem uma importância extraordinária no seu viver, mesmo há quilômetros de distância, simplesmente por existir. E num outro extremo, pessoas que mesmo tão perto não contam em nada...

Cada louco com sua normalidade

Não é todo dia que se vê um cara conversando com um quero-quero.
De longe, fiquei imaginando o teor da conversa entre o bípede esgoelento e o esquisitão.


Hmmm, talvez fosse uma reunião de negócios...


^~

...

Dia desses desenvolvi uma teoria cá pra mim.
(Na verdade, apenas acrescentei fatos a uma que eu já tinha dentro da minha caixola).


Sempre achei que amor é diferente de paixão. E hoje em dia, com as coisas da vida, posso indicar mais umas discrepâncias entre esses dois sujeitos.


Eu já acreditava, por exemplo, que paixão é fogo de palha. Vem fugaz, incendeia e logo apaga – proporcionalmente ao tamanho e espessura da palha.
Vem e vai, reciprocamente, com a mesma força.


E por outro lado, sempre achei que amor é muita coisa.
Muita coisa.
Embora muita gente goste de dizer essa palavra a cada esquina.
O que, ao meu ver, pode ser decorrente de uma série de motivos:
a)      confundição de sentimentos;
b)      necessidade de deixar pessoas felizes para que se sintam amadas;
c)      falta de maturidade;
d)     vulgarização do verbo;
e)      compaixão;
f)       calor do momento;
g)      promiscuidade de coração;
h)      falta de conhecimento do que diz;
i)        falar da boca pra fora;
j)        todas as anteriores.


Não cabe a mim julgar qual caso é cada caso, mas eu me pergunto se esses amores ocasionais são praticados ou só existem em palavras.
E então... o que você faria pelas pessoas que ama?
Até onde iria?


Hoje para mim, paixão e amor cada vez mais têm significados únicos e bem divergentes na progressão do seu ser.
Paixão chega com tudo, derruba valores – às vezes derruba até a gente do lado – tipo furacão. Leva a um estado de torpor, confunde a mente mais sã. Vem numa dose letal e de repente é metabolizada e mais rapidamente eliminada.
Um tempo depois você olha para trás e pensa credo, como, por quê?


Já o amor...
Ah, o amor. É este, que chega de fininho e vai se instalando sem ser percebido. Às vezes sem nem a gente chamar, ele entra pra tomar um café e quando você vai ver já está até consertando o seu chuveiro.
Até que adquire morada permanente.
Sobrevive a tempestades, vendavais, secas, escuridões, tufões, tsunamis, apocalipses até.
O amor compreende a loucura tornando-se louco também, se preciso for, para sobreviver.
Ele pode dar um pulinho pro lado de lá do limite que une amor e ódio, mas quando você vai ver, inexplicavelmente lá está ele, amor de novo. Você olha para trás e aquela pessoa não está lá, mas sim ao seu lado novamente.
O amor fica. Sobrevive. Constrói.
É aquele que faz você olhar pra trás e pensar nossa, por que eu não te encontrei antes?


Ao contrário da paixão – paixonite, reação inflamatória exacerbada, autolimitada – amar é viver apaixonado. É manter a homeostase do organismo amoriano frente quaisquer oscilações de metabolismo e agentes patogênicos da vida.


Enfim, pela órbita deste monólogo, fui e voltei várias vezes, em várias direções. E em meio a essa divagação cheguei à outra conclusão: o grande problema da nossa espécie são as palavras. Geralmente usadas erroneamente para exprimir sentimentos muitas vezes indescritíveis.
Não posso negar que por ser tão bom amar e ser amado (a), quanto mais amor, melhor seria o mundo. Mas a expectativa gerada por uma simples palavra pode ter consequências imensuráveis, uma vez que uma mesma palavra é usada para descrever um sentimento por você que é diferente de um sentimento por mim – já que somos seres diferentes.


Então arrisco dizer aqui que as palavras são podres. Elas nada mais são do que um meio ineficaz e incapaz que o ser humano desenvolveu para tentar se expressar. Feitas para serem falhas.
Devido às nossas variadas experiências de nascimento, crescimento e convivência, as palavras têm significados diferentes para cada pessoa. Por isso tanta falha de comunicação, países em guerra, gente (des)iludida, corações partidos. Um diz “a”, o outro entende “b”. Expectativas podem decepcionar, magoar.
Tudo o que eu escrevo aqui não repassa 70% do que eu tento te dizer.
Assim sendo, a falha não está no "eu te amo" que se diz, mas no significado que isso tem pra você - pois provavelmente tenha um significado diferente pra mim.


É, o universo das palavras restringe o ser. Acho então que amor não se diz, se faz. Só assim.

O escorpião-rei

Aniversário da senhorita-minha-orientadora.

Alguns dias e outras noites para fazer o seu presente.
Mas valeu a pena. Amei tanto o bichinho que até considerei a hipótese de ficar com ele pra mim (óóóóo, que novidade!). Hehehe.

Bem, antes que se assustem, as linhas de pesquisa com as quais ela trabalha se concentram na área de produção de anticorpos contra toxinas dos venenos do escorpião amarelo - que entre outros, é o maior responsável por 50.000 picadas no ano de 2010 no Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde (2011), e da aranha marrom, nossa comum conhecida, e ainda contra amebas que causam sérios problemas oculares.
Por isto, os serzinhos referidos estão presentes no bolo e no presente do aniversário, ok?

Fizemos uma festinha surpresa que foi muuuito legal... e com certeza ficou pra história do laboratório.
O bolo ficou por minha conta e o fiz de massa branca com recheio de doce de amora silvestre e brigadeiro branco, coberto com ganhache de chocolate branco, escorpiõeszinhos, aranhas e amebinhas.
Of course que eu esqueci de tirar foto do bolo depois de cortado, pra variar... cabeción!

De qualquer jeito, lá vai uma amostrinha...

La guloseima:













Y el mimo:
















Ownnnn, fofuchoooo!

A vida num grão de areia...

Sutilezas me preenchem o coração.
Impalpabilidades fazem transbordar a minha alma de felicidade.
Sabe aquelas, excepcionalmente importantes?
Como sentir o céu azul e entender aquele abraço apertado?
Saborear o vento e sentir o cheiro da chuva?
Ouvir as estrelas e enxergar a energia encantadora que emana de uma pessoa?
O beijo que manifesta o carinho.
A risada que evidencia a alegria.
As mãos dadas que permutam o amor.
O olhar que dispensa qualquer palavra.
Um sorriso de felicidade.
O pôr do sol.
O amor que saltita no fundo do peito da alma.


É isso o que faz meu coração bater, o que me faz viver. O que mescla minha existência com a outra vida.

Alegria S/A

Um bando de mulheres quando se junta é sempre um bando de mulheres juntas.
Seja em um salão ou em um bar, no aeroporto ou no laboratório, na biblioteca ou no banco.
Por mais que as mais relutantes possam tentar fugir daqueles assuntos quase sempre fúteis, um dia ou outro a gente acaba caindo nessa...
“ai, porque minha unha” de um lado
 “ai, porque o meu namorado” de outro
No final das contas, acredito que quando em excesso e de forma bitolada, a vaidade se torne futilidade, mas em uma dose saudável não faz mal à ninguém.
De qualquer forma... um bando de mulheres é sempre um bando de mulheres. Mas um bando de doidas... quando se junta é de encher o dia. E o coração de alegria.
É risadarada que só. O dia todo.
Meu Deus, tem horas que fica tudo atacada!
Até gritaria de vez em quando.
É raaaaaaaaato!?
Rato nãããão, AR-TE-FA-TOOO!
Cafézinho pra lá, careta pra cá.
Conta isso, pergunta daquilo.
No meio de tanto pó de mico, até planta aqui um dia desses se afogou! Socorrooooooooooooooglubglubglub! 
    Da Camis XD

Um bando desse de mulher junta convivendo era mesmo pra se matar.
Mas que nada!
Se matar só se for de dar risadarada, pra desestressar. E de brinde, a gente rejuvenesce.
A companhia torna o dia a dia – que às vezes é bem complicado - tão bom, que no fim de semana dá até saudade.

Música e silêncio

Quando a mão que aquece a sua é o amor, a luz e a escuridão se tornam apenas extremos de um mesmo.

Por favor, uma informação?

É naquela esquina onde o vento faz a curva que o tal do Judas perdeu a bota?
Lá na casa do c@#&!?
Que fica naquele bairro dos Cafundós do Brejo?
Eu é que não quero ir até lá.
Gente esquisita, credo!

Amorléculas

Uma moleculinha de amor brotou em mim e PLOC... pelos ares chegou em você.
Outra moleculinha de amor ZUPT de você e entrou aqui em mim. Se fundiu às minhas.
E assim tantas moleculinhas, uma a uma, se mesclaram e fizeram essa estruturooona de amor que somos hoje.
Com a inclinação nerdística que me pertence e os frequentes estímulos por vários lados da minha convivência, com certeza é assim que eu estarei em um dia daqui uns 50 anos... se eu viver até lá.


Ehehehehe...

Pequeno kit de primeiros socorros

Menina amiga minha...
Dei risada quando vi seu porta-remédios.
Era uma capinha de CD, das de papelão.
E embora ela não se importasse e tenha me olhado com cara de "cuide da sua vida", eu me comovi e disse que ia lhe fazer uma coisa bonitinha para colocar seus comprimidos.
Ah, que comoção, que nada, eu queria era por em prática mais aquela lampadinha plim plimzante que surgiu sobre a minha cabeça naquele momento.
- E aí está o seu porta remédios, minha frô:








Por não ser muito grande, aí só não cabe o amor, aquele remedinho pra toda dor.


Mas não tem problema, porque eu sei que este você guarda no coração...

Coração o tempo não apaga...

Querida senhorita mamãe,
sei que muitas vezes não tenho me comportado à altura.
À sua altura - altura do seu merecimento, que é beeeem maior que 1,67m (e meio).
Logo eu, que deveria ser A pessoa para consolar algumas tristezas do seu coração.
Tristezas que me doem profundamente por saber - talvez apenas imaginar - o quanto doem em você.
Dores que me entristecem por não poder pegá-las para mim, se assim fosse possível, para tirá-las de você.
Dia a dia a consciência adquire um pouquinho mais de espaço e eu tento me livrar de alguns dos meus vícios de linguagem e alguma atitude intolerante que possam me fazer perder tempo (e mais tarde me arrepender por mais uma).
E apesar de todos os meus erros, eu queria que você soubesse – de verdade, não apenas em palavras – que para mim você é no mínimo uma guerreira que vence batalhas diárias pelas quais eu não seria capaz de passar.
Você é a vida que me deu vida. E a vida pela qual eu daria a vida.
A uma entre algumas que eu espero acompanhar pela eternidade.
Nasci numa família de guerreiras, cada uma com dores que não seriam suportadas por qualquer um por aí. E pensar em cada uma dessas dores fisga muito no meu peito todo dia.  
Mas pensar em quanto sofrimento essas dores podem continuar lhe causando muitas vezes apertam tanto, que de maneira quase insuportável estrangulam os meus olhos e dilaceram o meu coração. Acredito que acima de tudo por não poder arrancá-las daí... 


Enquanto isso parece não ser possível, quero que saiba que tem minha imensa admiração, meu amor eterno e minha completa gratidão. E que enquanto eu respirar, mesmo que falhe muitas vezes, tentarei de todas as formas corresponder ao seu amor também com as atitudes.

... e no meio de tudo isso, eu caminho nos meus pensamentos.
Começo então a flutuar - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - e é aí que não ouço mais nada.

Mas é avoada essa menina! 
E ainda responde - sem NEM escutar o que a gente fala!

(E quer lugar melhor do que aqui dentro pra poder voar?)

Da Camis XD

Tendência Para Matar

Uma noite dessas deitamos pra assistir "O lobisomem".
Ô filminho ruim, virge maria!

Sem problemas, fazemos quinta categoria virar pastelão.

"Amor, por que ele tá tão bravo?"
"TPM."
...
"Hmm."
"Acontece. Tem gente que á assim mesmo."


Qualquer semelhança deve ser mera coincidência.

Brasil corrupção, chuta que é macumba!


Você já ficou triste sem motivo?

Ou sem saber o motivo?
É assim que me sinto hoje.

Mas é claro que já parei pra pensar sobre isso e mais claro ainda que também já desenvolvi minha teoria.
“A teoria da desmotivação do 7 de janeiro brasileiro”.
No fim desta semana tomei um chá de filme brasileiro – involuntariamente.
E sabe como é filme brasileiro né (grande parte, pra não ser generalista) começa com o bom e culto palavreado fino – marca registrada –, desenrola em sexo e companhia, e termina deixando a gente desconsolada(o) por morar aqui.
O tal filme da Bruna surfistinha pesou bastante na minha cabeça. Mas nada que tenha mudado o meu dia seguinte.
Aí no segundo round, veio Era uma vez... Bonitinho até, mais um daquele de sempre: da magnífica jurisdição do Rio de Janeiro Umbigo do Brasil.
Não sei se é coincidência ou não, mas como boa esponjinha que sou, relacionei o mal-estar súbito a essa injeção-bomba de Brasil.
Cogitei se seria aquele choque de realidade, que mesmo você conhecendo há tempos sempre te choca. Mas cheguei à conclusão de que não era o caso. 
É verdade que certas coisas chegam na gente como uma invasão, uma violência e foi o caso. Mas de qualquer forma, não seria o suficiente pra causar o que estou sentindo. Então percebi que talvez esta sensação se deva à soma de acontecimentos decepcionantes que vão se acumulando ao redor da gente.
É toda essa história de corrupção, de marginalidade, em todos os segmentos deste país, com todo o tipo de gente.
É essa política de palhaços que compram a sua nação com pão e circo, enquanto os aposentados - aqueles que realmente trabalharam uma vida por este "país" não têm direito a míseros porcentos sobre um ou dois míseros salários. E os vagabundos no poder público ganham milhares de porcentos sobre milhares e milhares.
É essa cultura dilacerada, na qual jogador de futebol ganha em um mês o que um pesquisador científico não vai ganhar durante toda a sua vida. Mesmo que os primeiros tenham utilidade nula à humanidade, embora exerçam papel fundamental em meio à ignorância. E mesmo que os segundos sejam doadores de vida a milhares e até milhões de outros.
É a atitude irracional do cidadão que não tem 5 reais pra comprar leite pra sua criança, mas os 10 pila do ingresso do jogo estão garantidos, certeza.
Você, cidadão que não tem pra si mas ajuda a pagar o salário de um cara que faz o que mesmo por você?
Enquanto o outro, que pesquisa a cura do câncer que vai lhe matar em 10 ou 20 anos não tem verbas para os reagentes necessários à sua pesquisa, o seu ídolo esbanja o estímulo escancarado à mediocridade.

O que é que ele faz pela humanidade porra? Por quem ele vive, senão pelo seu umbigo?
Este é o país onde vagabundo tem muita vez e trabalhador não tem estímulo, senão o seu próprio caráter.
Aliado a isso, um povo que reclama, reclama, mas nada faz, acabando por aceitar absurdo após absurdo, ano após ano – e do qual eu infelizmente faço parte, por estar aqui apenas escrevendo, ao invés de estar ajudando em alguma passeata por aí.
É claro que são inegáveis as belezas do Brasil - suas bençãos em termos geográficos, biológicos e climáticos, principalmente aquelas relacionadas ao coração especial que bate no peito de uma grande fatia da população. Mas infelizmente isso já não é o bastante para sobressair perante o fato de que ao invés de lutar pelo seu direito, muito brasileiro prefere roubar do próximo, se igualando a toda aquela corja que deveria lhe representar com honestidade em meio ao poder público.
Onde vamos parar, afinal?
É todo esse desgosto que leva a gente a acreditar que solução haverá apenas na existência de uma próxima espécie, após uma destruição em massa.
SE, e somente se, esta espécie não usar cuecas - ou ao menos cuecas onde caiba dinheiro - e na qual seus indivíduos não corram o risco de um dia precisarem se aposentar. E também onde carnaval e futebol não sejam passíveis NUNCA de serem ao menos imaginados.
E por enquanto, fica aqui a nação masoquista assistindo ao espetáculo de braços cruzados.

Feliz vida nova!

Há um ano atrás, a situação era outra.
O meu chão partiu e as paredes desabaram.

Há um ano atrás, o suposto retorno era na verdade despedida.

Lembro-me bem do desespero e de toda a dor.
Se colocar minha memória para trabalhar, posso sentí-los perfeitamente.
As lágrimas eram tantas que minha alma parecia escorrer pelos meus olhos.
No pé da minha cama, Dona Martinha. Ela me segurava com toda força para que o buraco não me sugasse. Neste mundo me colocou, neste mundo me amou e neste mundo me segurou.

Sempre fui desapegada, e bola pra frente. Afinal, a vida é feita de possibilidades e "quem vive de passado é museu". Mas dessa vez era diferente, as marretadas teimavam em me dizer que não era passado.

Na noite que devia ser de cores, havia duas companhias:
- a que tem por mim o amor incondicional
- a que queria ter o que eu tinha: "sinceramente, se já não deu certo uma vez, não é na segunda que vai dar", foram suas palavras com segundas intenções.

Naquela noite, cada estouro era uma rajada no meu coração.
Cada cor que se fazia no céu figurava como um insulto aos meus olhos tristes.

O amor se atirou de cabeça no precipício.
Mas por lá se transformou, criou asas e finalmente encontrou o caminho de casa.

"Sim, meu senhor, você não sabe nada sobre nós".
Pois o amor é evolução, por isso tudo é possível.

Hoje sei que aquilo tudo precisava morrer para a beleza renascer.
As amarras precisavam queimar para poder libertar.
É ele. Sempre foi.

Hoje o amor é amor saudável, limpo, alegre. Com a mesma intensidade imensurável.
Vamos moldando-o e lapidando-o, dia após dia.
Hoje, somos responsáveis pela nossa felicidade. Ela é mérito nosso.

Na noite de cores deste ano, os fogos explodindo dentro de mim superavam aqueles que estouravam do lado de fora.