Tem dias que minha imaginação dorme, preguiçosa... e eu vago meio que sem idéia.
Mas nos outros dias já cedinho, no raiar do dia, ela cocoricóóó!
Desperta faceira.
De repente a idéia toc toc na janela, e mais que ligeirinho pula pra dentro.
Toma conta da sala. Se esparrama, pede pipoca e assiste filme até tarde da noite...
- Tá na hora de dormir, mocinha.
- Aaaah mãe, nãoo... então conta uma historinha pra eu dormir?
- Era uma vez...
ZzZzZzZzZzZzZzZzZz
(sonha com os anjos, menininha dos olhos brilhantes)
Se for por ali, é só pegar a primeira à direita e seguir. Aí quando chegar na terceira à esquerda, você entra. Lá na frente, vai dar em uma via de mão dupla:
- Na que vai, o ponto de vista é essencial para ser feliz.
- E na que volta, a condição de estar feliz é determinante do ponto de vista.
Isso porque, provavelmente o modo de enxergar as coisas dependa do estado de felicidade em determinado momento, enquanto que direcionar o ponto de vista para o bem ajuda a criar a felicidade.
E se, vice-versa, você quiser vir pelo outro lado, tudo bem, pois a ordem destes fatores não altera aqueles produtos.
Girar pra lá ou girar pra cá sem você na minha órbita (mesmo que por uns minutos)
Arranca a minha gravidade
Que desaparece e leva junto todo o ar
No lugar dele, o desespero vai tomando lugar
Até o fôlego se esgotar
E enfim me completa, até eu parar de respirar
Às vezes passam-se vários dias e não consigo encontrar poucos minutos de sobra.
Nem 5 minutos pra pegar uma caneta e escrever alguns pensamentos.
Nem 10 minutos para sentar na frente desta tela.
Nem 15 minutos pra botar uns rabiscos no papel em branco que está ali há dias só esperando ansiosamente pelo seu amante - o lápis.  
30 minutos para lidar com a máquina de costura então? Ih, já virou lenda.
Às vezes nem 3 minutos sobram.
(nem pra um Miojo... quem dirá praquela prataiada toda que aprendi no curso... afff!)
Nada. Os minutos nem saíram direito do forno, e alguém logo os engoliu, um a um.
(às vezes nem o cheirinho a gente sente!)
Na correria do dia a dia, tem que espremer tudo por entre os ponteiros do relógio – e bem espremidinho.
Com sorte, dá pra conseguir uns 360 minutos de sono (com muito mais sorte, até 480).
São 600 de trabalho.
1440 de amar (pelo menos). Inegociavelmente.
Nos entremeios, minutos conseqüência desses minutos convenção: pra banhar, alimentar, transportar.
Mas economiza, que aqui ninguém é sócio do Whatchman!
E com tudo isso, não é à toa que quando sobram 10 minutos, só dá vontade mesmo é de colo.

Foi de repente que uma segurança tão grande tomou conta de mim...
Como se uma equipe inteira de bombeiros tivesse vindo resgatar meu coração do incêndio que meus pensamentos involuntários quase sempre provocam.
Entraram com tudo na sala em chamas, lançaram-nos à cama elástica pela janela e apagaram o fogaréu com água fria (que é pra acalmar qualquer nervo que estiver se descabelando).
E ali mesmo ele ficou. Póin póin póin póin-óin-óin.
Póin.
E já não sabe mais como aqueles medos queimaram por tanto tempo ali.

O Teatro do tempo apresenta: Curitiba – o terror da estabilidade.
Em cartaz há 319 anos, com apresentações diárias e entrada franca.
Neste palco, as quatro estações têm vez em apenas 24 horas!
Para dar conta desse espetáculo, é preciso carregar uma mala só de roupa que inclua NO MÍNIMO um cachecol pra hora de sair pra labuta, um vestido pra hora do almoço, um guarda-chuva pro fim da tarde, e um casaco pra mais à noite.
E haja disponibilidade pra esquentar. E paciência pra esfriar.
Decorar o roteiro é que é difícil – já que muda o dia todo, todo dia.
Mas emoção é o que não falta.
Igual ontem, a mulherada na rua, cheia de charme no meio daquele vendaval, cabelos ao vento.
Até chegar em casa, a propaganda de shampoo já virou propaganda de vassoura. Um troço de profissional mesmo.

E nessa de campanha de doação, você foi querer fazer caridade e ganhou o meu coração.

Hoje vivi 15 minutos à parte.
Em uma breve caminhada sob o sol, enamorei-me da minha sombra.
Dei conta de que aquele contorno sem olhos nem boca é a minha extensão além do limite que o sol encontra em mim.
A ausência de luz entre o meu corpo e a próxima matéria.
A extensão de não luz do que a luz torna visível.
Irônico, não?
Então o meu corpo é um interlocutor entre a luz e a falta de luz?
Hmmmm...
(Já tô chegando.)
Eu hein, conversa de louco.
Melhor parar por aqui, vai que tá transparecendo -  iluminando ou sombreando...

Uma caixinha de surpresas.
Uma dentro da outra.
Foi assim que ele se descreveu pra mim logo no começo.
Uma caixa pendurada num pequeno pára-quedas que passou pelos nossos olhos caindo devagarinho, balançando de um lado pro outro.
De um lado pro outro bem na frente da janela de onde olhávamos a vida se arrastar naquele fim de dia frio de inverno.
Dentro das caixinhas encontramos muitas coisas: o cobertor para nos aquecer, o bobo para nos alegrar, a felicidade para nos nutrir e o amor para nos ampliar.

Amor é quando o estar apaixonado se torna ser apaixonado.

Sabe aquele dia em que você fica sem comer por umas 8 horas?
Com uma fome de leão?
E de repente surge alguém com a comida mais gostosa do mundo pra você?
Esse é você pro meu coração.
O leão era ele, antes de te encontrar.

E sabe aquele dia em que você passa muito, muito frio?
Com um frio de congelar?
E de repente surge alguém com um banho quentinho, uma coberta e um aquecedor?
Esse é você pro meu coração.
O congelado era ele, antes de te encontrar. 

Ele fala que eu tenho uma maçã no rosto.
Uma não, duas. Uma de cada lado.
Que ele gosta de morder.
“Minha maçãzinha linda...”
É maçã do amor. Maçã do meu amor, amor.
Com a gente é assim, festa junina o ano todo.

Era uma vez um balão daqueles que a gente enche com a boca – e dá até um ruim de pensar se aquilo estoura na cara na hora que tá enchendo.
Uma bexiga, para quem preferir.
Roxa.
Com estrelas verdes.
Às vezes eu sou esse balão.
Roxo. 
Com estrelas verdes.
De vez em quando escapo e viro um pensamento viajante.
Sem perceber, vou subindo, subindo...
Vôo tão longe – ou tão dentro – que entro em um transe quase profundo.
Sumo dentro de mim e é apenas a carcaça que fica. Segurando a tenda em pé para o palhaço retornar.
Ainda não descobri ao certo o que dispara essa auto-hipnose. Essa fuga. Essa (in)consciência.
É assim, de repente, que escapo sem ver.
Até que me dou conta de que me ausentei do mundo por uns instantes e estou de volta.
As energias da minha alma recarregadas – ou no mínimo relaxadas.
Por precaução, acho melhor amarrar o outro balão junto né. Vai que um dia o fio solta?! Tsc!

A frustração constante é a criptonita da alma.

Andar no centro da cidade é – no mínimo – divertido.
Em uma volta, mil sensações. É o sol gostoso batendo na gente em um dia que não dá pra saber se é calor ou se é frio (metade de cada, acho).
Tantas caras. Tantos cheiros. Tantos sons. Tudo misturado.
Tantas vidas diferentes passam pra lá e pra cá, e se cruzam nas esquinas. Tantos valores e propósitos diferentes.
Tantas cores. E tanta falta de cor, no meio do aglomerado de prédios pintados pelo acinzentado. Da respiração cinza dos mil motores que também passam por ali todo dia.
O tiozinho correndo desesperado pra não perder o ônibus (que parou e nem abriu a porta ainda).
A moça caminhando com um menino na mão direita e um livro aberto na outra. É um passo, e uma palavra. E a criança guiando. 
(Essa sim gosta de ler!)
Um pouco ali na frente, a conversa das senhoras:
- E onde é a meia?
- A de R$1,00?
- Ahãm.
- Ah, é naquele memo lugar que passemo aquele dia e compremo o guarda-chuva.
O cara com voz de locutor anunciando promoção na loja.
É estátua que se mexe.
(Hoje em dia elas fazem até coreografia.)
Uma mulher gritando o dia todo. É cobra pra cá, borboleta pra lá.
(Deve ser bióloga ela.)
Tem dupla tocando violão. Outros vendendo música de outros.
Até palhaço tem nesse circo da rua XV.
A senhorinha vendendo bala pra ganhar 0,50... ai, me corta o coração.
(Ainda bem que eu adoro bala de goma.)
Gente ganhando a vida e gente gastando o que ganhou pra viver.
Deu até saudade do tempo em que bater perna no centro era quase um ofício.


Tem dias que eu queria apenas uma coisa: conseguir te mostrar um pedacinho só da imensidão desse amor.
Tão forte que parece que vai estourar o meu peito. Bem aqui, nesse intervalo entre aquele que digere e os dois respiradores.
É tipo frio na barriga, umas mil vezes elevado ao cubo, só que nesse lugar indefinido.
Também, como é que se define um lugar físico pro que é abstrato, afinal?
Nesses dias eu também sinto muito medo... de não saber mais viver sem a tua companhia.
Mas tem outros dias – como hoje – que eu só quero te dizer tudo o que você é para mim. Não o que vem daí pra cá, mas o que vai daqui praí.
Contar-te que você é o sol que ilumina o meu dia e as estrelas que pintam o céu da minha noite.
Que você é tão especial, tão especial, que não consegue nem se dar conta.
Que você é a pessoa – A PESSOA – que mudou a minha vida.
Longe do comum. 


A chuva era tanta que se a gente deitasse era capaz de boiar, e se caísse então, perigava afundar.

É cômico se tirar a parte quase trágica.

De manhãzinha, um tal de beep beep beep beep beep beep beep beep beep beep beep beep sem parar.

(só mais 10 minutinhos...)

Soneca.

Mesmo com isso aí no ouvido, que irrita só de olhar, não acorda de jeito nenhum pra ir trabalhar.


De madrugada, um tal de Uiuiuiuiuiuiuiuiuiuiuiuiuiuiuiuiuiuiuiuiuiuiuiuiuiuiuiuiuiuiuiuiuiuiuiuiui sem parar.

(maldito alarme do vizinho!)

(Desliga, desliga. Quero dormir. Desliga, desliga. Quero dormir.)

...

“Ufffa! Tomara que não tenham só apertado Soneca!”  


De hora em hora o cuco da minha bexiga toca Xixi. Xixi. Xixi.


- Amor?

- Hmmm?

- Tem alguma coisa no meu olho?

- Tem sim amor.

?

- Uma bola, uma íris. Também tem agüinha.

- Agüinha?? Então quando a gente fica muito, muito triste é porque deu vazamento?
(E você vai ser o meu encanador?)

Um dia antes do natal, saímos eu, Juju e mammy bater perna pelo centro – diga-se de passagem, um lugar muito calmo e pacífico nessas épocas.
Bom, antes fomos eu e a Juju, só mais tarde foi a nossa Bela Adormecida – após um horário plausível com o seu sono que se estende pra depois da metade do dia, claro.
A missão da jornada era ver coisas pra minha irmã, porque na cidade perdida é mais difícil sair pra comprar roupas e voltar em bom estado para casa.
Durante a camelação demos de cara com um treco que achamos alucinante. Mas quando perguntamos o preço... “Aaaaain Juju, tira a faca senão eu nunca mais consigo colocar 1 pingo de nada na boca!” A bagatela era de apenas 150 pilas!
Bem, embora a árvore já estivesse entupida com todos os nossos presentes, eu embestei (e por acaso, ela também) que a gente fazia um daquele gastando bem menos. Mais que isso, eu ia fazer e seria mais um dos presentes do Sr. Lindolindo.
Na verdade, quase me segurei pra deixar pro aniversário dele, mas a vida é tão rápida... nem sei se o mundo chega até o mês que vem, quem dirá 3 meses à frente.
“Vamo naquela loja lá de elétricos?”
Meia hora depois estávamos com tudo comprado, só precisava montar.
Tá aí a nossa bola mágica:


Tem vezes que o coração se manifesta através de uma mão e a ideia pula da cabeça pela outra.
Escorrega _________ pelo braço.
E as duas se embolam e de repente toma forma, bem ali, na minha frente.

Tem gente que incomoda que nem aquela poeirinha que cutuca o nariz, sabe?
Mas é só dar uma fungada forte que voa longe. Facinho, facinho.

Eu conheço uma senhora que adora pendurar nas janelas.
Dependendo do ponto de vista, há gente que a acharia um tanto meio... doida.
Nesse caso da janela, a coitada só quer mesmo é agradar o patrão, achando que o serviço vale mais que a vida dela.
(Tanto que mesmo depois de ele brigar com ela umas várias vezes por isso, ela aprendeu a esperar ele sair pra começar a aventura)
Limpa daqui, esfrega de lá.
Pendura daqui, quebra de lá.
Nas outras partes do dia, não sei dizer se a senhorinha é mesmo doida ou se é apenas atrapalhada.
O caso é que na hora de colocar no lugar o que tirou pra limpar, ela coloca a cama no teto e a geladeira no lugar do sofá.
Esses dias, até se trancar para fora da porta – com a chave pra dentro – ela conseguiu.
Num outro dia, chegando ao banheiro, vimos que a janela estava quebrada. (Deslocou a coluna inteirinha, a coitada). Acho que deve ter sido depois de limpar, que a senhorinha confundiu a janela com a pia.
É divertida a Dona Mulher Aranha. Eu gosto dela. O que tem de atrapalhada, tem de prestativa... 

De acordo com o meu amor, sétimo sentido é aquele que você tem quando um zóiudo não tira os zóio de você. 
Sabe? Quando você não tá vendo, mas sente aqueles olhos famintos? Puxando a tua cabeça naquela direção?
E aí você olha e ele tá mesmo te olhando.
Então eu acho que o oitavo sentido deve ser aquele que vem depois, o da vontade de enfiar logo os dois dedos naqueles zóião. Sai pra lá zica!

Chão de terra vermelha, cheiro de fogão à lenha, chuva o dia todo.
Assim começou a saga.

Esse cenário podia ser o início de um sonho... em um sitiozinho no meio do mato. Cachoeira, relaxar e dormir com o sapo tagarelando lá fora.

Mas no meio da madrugada o sonho virou pesadelo.
Só se falava em um assunto. Aquela gente parecia ter saído direto de um filme de terror.
E a luz que nunca voltava.
Aquele fumacê.
O banho ficou cobiçado.
(E eu tomei banho gelado. Naquele frio. Vento nas costas.)
Disseram até que naquela região tudo se resolvia era na bala.
(Bala de quê senhora?)
Pela boca das tiazinhas – por acaso mãe e filha – saiam cobras e lagartos. Até o dragão, coitado, por lá virou vilão.
Dali, não sei o que escapava mais, se era o ffffffffffffffffffff dos 5 cigarros que elas botavam goela adentro a cada minuto, ou o fuuuuuuuuuuuu do papo, que era bem dos furados.
Durante o café da manhã mesmo, era um gole de café e outro de fumaça.
Um pedaço de pão recheado com palavrão.
Mas ainda bem que ao amanhecer, antes que acabasse mal, acordamos.
Ufa! Estávamos de volta ao nosso mundinho – limpos e saudáveis.
Com gente do bem.
Com luz.   

Pão e circo


A viagem nem sequer tinha começado e já tinha uma área de turbulência.
“Em caso de despressurização, máscaras de oxigênio cairão sobre seus assentos.”
(Ainda bem, porque tem coisas que fazem a gente passar de 1 atm.)

O causo é que depois de uma soneca alternada e de fazer as malas, estávamos indo de uma casa para a outra.
Quando chegamos a 3 ou 4 quadras, naquela rua que quase sempre a gente vira: FECHADO PARA BALANÇO.

(Será que aquilo não eram mesmo carros que eles decidiram fazer em forma de cone?)

- Hmmmm, então entra na outra esquina amor. 

Tava igual.

Na outra também.

E na outra.

Ai meu Deus, os cones estão invadindo o mundo!

Tivemos que sobrevoar o Pacífico e mais o Atlântico para chegar um pouco mais perto do conforto do lar.
E foi bem ali que quase tivemos que implorar passagem pro seu guarda, que cheio de razão (como quase todos precisam ter) ainda rosnou. COMO SE estivesse nos fazendo um favor em nos deixar entrar em casa.

É isso o que se recebe por pagar impostos.
Nada mais que um pano vermelho balangando pro cidadão.
Pra lá e pra cá.
Bonito, vistoso. “ Venha, venha...”
E “OLÉÉÉÉÉÉÉ”.
Coitado do touro. Foi tudo pro bolso (ou pras cuecas) do toureiro.

Mas o melhor depois de tudo é acordar na manhã seguinte ao som de “Marcha soldado, cabeça de papel. Quem não marchar direito vai preso no quartel”. 

O carro vai passando e passa árvore. Passa sinal. Passa caminhão.
Passa mais carro. Passa a tiazinha com uma onça nas costas (meu deeeus!).
Passa até um minotauro de lata!
Passa um cara com 10 cachorros – ele não sabe se vai pra frente ou pro lado que cada um deles quer.
Passa lanchonete.
Passa um bar com o tio de Caloi vermelha na frente.
Clássica! Saudade de quando era criança.
Passa a vida, assim, como passa tudo pela janela do carro.
Passa o que os olhos vêem.
Só não passa o que entra e fica aqui pra dentro.

A gente nem precisa mais falar.

Shhhhhhhhh.

Basta respirar pra se comunicar.

Tontisse é um trem que dá de vez em quando.
É tipo momentos de ar na cabeça.

E é bem aí que pode dar a tal da zica.
Porque lugar de ar é no pulmão e não na cabeça né...


Doidice é uma coisa que dá de vez em sempre.
É tipo frio na barriga.

E é bem por aí que faz a alegria de viver.
Tá bom que frio não deveria ser bom em lugar nenhum, mas esse aí é.
Ô, se é. 

Às vezes, pela noite, os minutos vão passando e levando o meu sono embora.

Fica o travesseiro do peito do meu amor, a coberta e um mar de pensamentos, quebrando pra lá e pra cá.

É aquela sessão, vira pr´um lado, vira pro outro. A cabeça decola, voa por galáxias.

Volta, embarca na montanha-russa. Sobe, desce.

Curva pra lá, curva pra cá. Sobe de novo.

“Dorme que tem que acordar cedo”.

Um carneirinho faz ginastiquinha. Dois carneirões fazem ginasticões.

(Ix, acho que confundi. Já deve estar na hora então.)

“Senhoras e senhores, podem desembarcar”.


Porco-espinho, quando dá de nascer planta é assim, um monte de espeto verde, pulando da terra pra tudo que é lado.

Rrrrrrrrrrespeitável público, o circo da República Federativa do Brasil tem o prazer de apresentar o maior espetáculo de todos os tempos!

No picadeiro: Marco Feliciano, Renan Calheiros, Fernando Collor de Mello!

Hoje tem marmelada?

Tem, sim, senhor!

Hoje tem cuecas, novela, futebol e carnaval?

Tem sim senhooorrrr!!!!!!

E o palhaço, quem é?

O cidadão, o contribuinte!

Baaaaaaaaaaaaaaaaaaaarg, chega de frio!

Eu sou do tipo de gente tropical. Com flor, estampa bem colorida e quentura mesmo.

Tem gente que é do tipo europeu.

De vez em quandinho eu até sou desse tipo... no quandinho que dá pra se enfiar debaixo da coberta, assistir um filme, ficar agarradinho, dormir.

Mas andar pra lá e pra cá o dia todo se tremelicando, se arrastando com 2 kg de roupa, ah não!

Eu gosto é de andar solta, de vestido. Calor. Alegria estampada no céu azul e brotada no chão.

Aí não existe nem sono às 6 da manhã!

Senhor dia cinzento, já tá na hora de se aposentar, não acha?

O que eu quero mesmo – e talvez apenas - é te fazer bem.
Te ver cantar.
Te fazer rir.
Te amar.
Te ver feliz.
Do mesmo jeitinho que me embalam as águas desses olhos marejantes. 

Minha imaginação...
...
PUF!
Foi-se pelos ares...

- VOLTA! VOLTAAAA! Além do seu lugar – já garantido – aqui na caixola, te dou meus pensamentos e o que mais? Deixa ver, hmmmmm... minhas mãos pra te manifestar? Hã? Hã? Hããããããã?

...

- O QUE MAIS VOCÊ QUERRRRR??!

- NADA NÃO – disse a ingrata - É SÓ QUE HOJE ACORDEI QUERENDO VOAR POR AÍ. MOSTRAR UMAS COISAS PRA UMA GENTE QUE SE OCUPA DEMAIS COM O VAZIO. MAS AMANHÃ JÁ TÔ VOLTANDO. PEGO O AVIÃO ÀS 3h.

De repente, em uma curva que a gente passou, o cheiro do vento trouxe uma saudade da minha infância...

Chegou a dar ATÉ saudade da infância DA MINHA MÃE! Do cachorrinho e do tio que aprontava – que era uma peste (ainda apronta, acho). Do médico que fazia experimentos ali mesmo no quarto dele, na pensão que a vó tinha.

Saudade da infância da vó, com cavalo, escorpião e lobisomem até.

Saudade da infância do meu amor. Onde não precisava de bonequinho porque os dedos e a imaginação faziam a coleção inteira que qualquer um podia precisar.

Lembrança boa contagia né. Enche o coração de quem vive... e o de quem escuta viver.

Lembrança boa é o que nutre a alma. E o que empurra a gente pro “pra frente desconhecido”.

Né?

Tem gente que acha que a gente é besta.
GRRR!
E tenho dito.

Ela: - Amor, eu sou um pingüim.
Ele: - E eu sou uma tanajura, olha.
Ela: - Aaaaaaah, que linda a história do pingüim e da tanajura!
Ele: - É? E qual é?
Ela: - O pinguimcomeuatanajura. Aaaaaaaaaaaaaa!
(nhac)
Ele: puf! 

Tivemos que morrer como nós anteriores para renascer como nós amores.

Para desconsolo dos fãs S/A nós pulamos do penhasco e encontramos o caminho de casa.

Deixa pra eles a lembrança do teu cheiro, do teu sorriso. Para que se nutram disso para viver.

Porque a tua essência faz mesmo parte da minha, teu sorriso brota aqui no meu e a morada da minha alma é na tua. 

Cruzamento



Alguma vez você já bateu o pé que queria (porque queria!) dobrar à esquerda e alguém te arrastou para o lado oposto?

- É por aqui.

- Não, é por aqui. Tenho certeza.

- Vamos nos perder. Estou avisando.

- Eu sei o que estou fazendo. É por aqui.

E você segue contrariada.

Até que lá na última curva da estrada vocês avistam o pote no fim do arco-íris.

- Hm. Eu avisei que sabia o que estava fazendo.

(embora ele esperasse chegar apenas até a colina encantada)

- ... ainda bem que viemos por aqui.

(como pude achar que era o outro caminho?)

É o bicho papão...
Papa pinça.
Papa xícara.
Papa pendrive.
Papa café.
Papa as criancinhas do laboratório!
Tem até um fluxo papão de estimação.
Suga papel, suga tudoooo.

(cuidado para não sugar sua alma)

Calças: pra que te quero??

Odeio usar calças. De verdade.
Mas odeio mais as jeans.
Tem treco menos feminino?

Por mim todas as mulheres flutuariam por aí em seus vestidos, balançantes ao vento, pra lá e pra cá, como numa sinfonia valsística.

Se eu mesma não fosse TÃO - pensa num "tão" forte, mas forte mesmo. Agora multiplica ele por 10 e eleva à 300ª potencia. Sou eu. - friorenta, eu usaria saias e vestidos, e essas coisas, todos os dias da minha vida.
Tem coisa mais feminina, mais graciosa, mais confortável, mais bonita?
Não tô falando de mini-saia, de exibição. Estou é falando de saia, comprimento elegante. Aquele que exacerba a feminilidade da mulher, a graça, a sutileza, delicadeza, de forma charmosa. Que dá ainda aquele toque de mistério que encanta o cavalheiro, sem precisar expor as formas de maneira vulgar, escancarada. A saia godet dos anos 50, não a minissaia vergonhosa do baile funk. Pelo amor de Deus, eu não deveria nem lembrar - nem saber, se ao menos pudesse - que este tipo de coisa existe (nem o baile, nem a saia, nem todos os outros em volta dela).

No verão que passou eu quis uma saia amarela.
Uma noite fui em uma loja à procura de uma pra dar de presente à minha tia, que queria uma branca e longa. Lá dei de cara com uma longa e amarela. Estampada de flores. O tecido era bonito, mas o modelo não me agradou muito - e nem o preço.
Claro que eu encasquetei com a saia amarela que eu queria.
Mas sem disposição pra gastar, fui atrás do tecido pra fazê-la.
Não preciso nem dizer que pela rua dos tecidos, no Boqueirão, me perdi né. Fui buscar um amarelo e voltei com meia dúzia, um amarelo, um verde, três listrados, e um outro lá pra fazer uma touca que eu quero.
Me enfiei na frente da máquina e no sábado à noite sairam as minhas duas primeiras:









Hoje as palavras acordaram meio assim.

TÓIN.                    >   
Pula daqui.

TÓIN.                    <
Mordida de lá.
.
(parou)
.
TÓIN     ^
Pula pra lá.

TÓIN     <
Coça daqui.

E pula, pula, até incomodar.

“Torce, retorce, procuro mas não vejo. 
Não sei se era pulga ou se era um percevejo.”

Aliiiiiiii, pega, pegaaaaa!!

CREC.

Eu não te procurei.

Nem te idealizei.

Nós apenas nos encontramos.

E isso me leva a acreditar que é por isso que hoje nós somos o amor.

Fechado para balanço



Iiiixi... hoje é um daqueles dias em que o corpo acorda, desliga o celular e vai tomar banho sozinho.

Volta: “acorda meu amor, bom dia”. Toma café, escova os dentes.

Vai até a beira da cama, “vamos acordar, partes integrantes do meu ser?”.

Ã. Ã.
Que nada!

É um tal de consciência deitada prum lado, inspiração caída pro outro, criatividade coberta até o cucuruto.

E ali mesmo as preguiçosas ficaram.
“Já não dormiram 3 horas que chega não?”.
Ã. Ã.

Iiiixi... hoje é dia de piloto automático.

Vez em quando me encontro em outro lugar.

Piloto automático.
Quando o corpo continua suas funções, mas a cabeça voa longe, e de repente você se dá conta.
Momentos de inconsciência?
Ou de consciência.
Real consciência de existência.
Quando o ser sai do entorpecimento – do mascaramento, da distração criada e entra em si?

Na garupa da moto, 3 minutos de (in)consciência.
Como é bom. 
Descansa tudo. Corpo, alma, coração.

- Amor, amor! Eu adquiri ritmo amor!

- Ah, é? E onde você encontrou?

- Ah, vi ele ali na feira, e também em uma lojinha lá e no supermercado. Mas achei um aqui mesmo. Ele disse que já tava por aqui, e a gente até já se conhecia, mas nunca tinha trocado uma idéia... E agora somos camaradas!

Tum, Tum ta, Tum, Tum ta.

Tartaruga paraguaia.



Devemos ser o único casal no mundo que adotou um patoruga.
Até porque eles nem existem... certo?
Errado.
Aqui está um exemplar autêntico.
Ninguém discordaria que isso é uma tartaruga (eu até comprei como tal!).
Até ele abrir a boca e qua qua qua qua qua qua. Qua qua qua qua qua qua.
É. Coisas do Paraguai.