"Essa é pra casar" - ele disse, que alguém disse.
Era, não era?
Hoje não é mais.
Sou toda dela.
Pra casar, era ela.
Descobriu então que nasceu foi para amar.
AMAR.
Zelar.
Cuidar.
Doar.
INCONDICIONALMENTE.
Criar.
Educar.
Proteger. Proteger. Proteger.
Guiar.
AMAmentaR.
MAternAR.
Meu coração casou-se com o dela.
Foi lá no peito dela ficar.
Onde nasceu e onde morrerá.
Ela era pra casar.
Quem não era, era ele.
Modo de usar:
Entre, fique à vontade e seja feliiiiiz!
... e eu estarei aqui
Imperceptível
Por trás dos demais espectadores
Acompanhando o desenrolar
Como que invisível
Assistindo seus passos
No camarote
Quem sabe eu deixe a platéia
Em meio ao primeiro ato
Talvez esteja à sua espera no camarim
Ao término da atuação
Ou pode ser que eu esteja nos bastidores
Sem que seja notada
Quem sabe eu esteja lá
Detrás das cortinas
Te recebendo com um abraço
Pode ser que eu seja apenas mais uma
Aplaudindo ao final do espetáculo
Ou talvez possa reabrir as cortinas
E, ao teu lado, recomeçar com um segundo ato
Quem sabe...
Quem sabe???
Imperceptível
Por trás dos demais espectadores
Acompanhando o desenrolar
Como que invisível
Assistindo seus passos
No camarote
Quem sabe eu deixe a platéia
Em meio ao primeiro ato
Talvez esteja à sua espera no camarim
Ao término da atuação
Ou pode ser que eu esteja nos bastidores
Sem que seja notada
Quem sabe eu esteja lá
Detrás das cortinas
Te recebendo com um abraço
Pode ser que eu seja apenas mais uma
Aplaudindo ao final do espetáculo
Ou talvez possa reabrir as cortinas
E, ao teu lado, recomeçar com um segundo ato
Quem sabe...
Quem sabe???
A perda se adiantou e veio cedo demais.
Ainda nem me entendia por gente.
Muito cedo te perdi.
Poucos meses...
E desde então essa carência.
Tantos anos...
É o teu cheiro que eu procuro.
O colo que não encontro.
Teu calor.
Teu abraço.
O conforto do teu peito.
A proteção do teu corpo.
O amor que jamais encontrarei em quaisquer outros braços.
Pois desses outros, não sou parte.
Porque deles não saí.
Porque não foram eles que me compuseram.
É essa falta que não se supre de maneira alguma.
É essa necessidade interminável.
Esse buraco na minha vida. No meu peito.
Esse vazio na minha pele.
É por isso que me apego tanto.
É por essa busca incessante. Que busco, busco e não encontro.
Anos a fio.
Inconscientemente.
Hoje chegou à consciência.
É esse o medo tão grande: de perder novamente.
A perda chegou mais que cedo.
Em troca, me deixou o apego. O valorizar qualquer coisa.
Às vezes, quando se perde, se ganha...
Às vezes, quando se ganha, se perde.
Será que algum dia poderei me esparramar novamente no teu peito, onde um dia coube de corpo inteiro, e enfim descansar?
Ainda nem me entendia por gente.
Muito cedo te perdi.
Poucos meses...
E desde então essa carência.
Tantos anos...
É o teu cheiro que eu procuro.
O colo que não encontro.
Teu calor.
Teu abraço.
O conforto do teu peito.
A proteção do teu corpo.
O amor que jamais encontrarei em quaisquer outros braços.
Pois desses outros, não sou parte.
Porque deles não saí.
Porque não foram eles que me compuseram.
É essa falta que não se supre de maneira alguma.
É essa necessidade interminável.
Esse buraco na minha vida. No meu peito.
Esse vazio na minha pele.
É por isso que me apego tanto.
É por essa busca incessante. Que busco, busco e não encontro.
Anos a fio.
Inconscientemente.
Hoje chegou à consciência.
É esse o medo tão grande: de perder novamente.
A perda chegou mais que cedo.
Em troca, me deixou o apego. O valorizar qualquer coisa.
Às vezes, quando se perde, se ganha...
Às vezes, quando se ganha, se perde.
Será que algum dia poderei me esparramar novamente no teu peito, onde um dia coube de corpo inteiro, e enfim descansar?
Um duelo.
Éramos só eu e ele
Ele e eu
Cara a cara
Olhos nos olhos
Sob aquele céu azul
Sobre este tapete gramado
(- Formiga, pequenina, meu pé não te pertence.)
Deu dois cuidadosos passos
Espiou
Mais um pulinho
Virou
Começou tímido
Cantarolou
Com muita prudência
Continuou
Baixinho...
Baixinho
Para mim olhou
Este canto mais parece o falar de um patinho
Intimidado com toda a parafernália
Lençol em baixo
Almofada em cima
Baby Samambaia ao lado
E no meio de tudo, meu caderno e eu
Rodeou
"Opa! Uma minhoca!"
Deu volta e meia
Sondou
Aproximou-se um bocadinho
Mais outro
Um só movimento em falso e...
Voa, voa, bonitinho!
Admita o quanto estava curioso
Cogitando a aproximação
"Se não fosse tão medroso..."
"Ah... mas aqueles grandes olhos verdes ao me fitar!"
Se ao menos tu soubesses...
Quisera eu, contigo, voar.
Um duelo de... (falta de) coragem?
Que esse instante durasse para sempre...
Paz para dentro
Paz para fora
Não se vá
Não acabe jamais
Não há ansiedade
Apenas felicidade
Saudade?
Apenas dessa ligação a tudo ao redor
Esse vento. O sol.
Arrepio. Certeza. Conforto.
Oscila pra lá
Oscila pra cá
Tão sutilmente
Como boiar nas águas tranquilas de um mar
A mente é o tempo
O tempo já não existe mais
Indescritível como um frio na barriga
Muito mais sutil
Sem limites
Nem formas
Sem correntes
Nem paredes
Por um breve momento
Fechar os olhos não dói mais
Um breve instante
Um pouco de paz
Volta...
Volta para o palco
Recoloca a venda
A TV chamou.
"Vá, se mande, junte tudo o que você puder levar
Ande, tudo que parece seu é bom que agarre já
Seu filho feio e louco ficou só
Chorando feito fogo à luz do sol
Os alquimistas já estão no corredor
E não tem mais nada negro amor
Ande, tudo que parece seu é bom que agarre já
Seu filho feio e louco ficou só
Chorando feito fogo à luz do sol
Os alquimistas já estão no corredor
E não tem mais nada negro amor
A estrada é pra você e o jogo é a indecência
Junte tudo o que você conseguiu por coincidência
E o pintor de rua que anda só
Desenha a maluquice em seu lençol
Junte tudo o que você conseguiu por coincidência
E o pintor de rua que anda só
Desenha a maluquice em seu lençol
Sob seus pés o céu também rachou
E não tem mais nada negro amor
E não tem mais nada negro amor
Seus marinheiros mareados abandonam o mar
Seus guerreiros desarmados não vão mais lutar
Seu namorado já vai dando o fora
Levando os cobertores... E agora?
Seus guerreiros desarmados não vão mais lutar
Seu namorado já vai dando o fora
Levando os cobertores... E agora?
Até o tapete sem você voou
E não tem mais nada negro amor
E não tem mais nada negro amor
As pedras do caminho deixe para trás
Esqueça os mortos, eles não levantam mais
E o vagabundo esmola pela rua
Vestindo a mesma roupa que foi sua
Risque outro fósforo, outra vida, outra luz, outra cor
E não tem mais nada negro amor"
(Engenheiros do Hawaii)
Esqueça os mortos, eles não levantam mais
E o vagabundo esmola pela rua
Vestindo a mesma roupa que foi sua
Risque outro fósforo, outra vida, outra luz, outra cor
E não tem mais nada negro amor"
(Engenheiros do Hawaii)
Um hipopótamo.
Tanto eu queria.
Mas afinal, como o encontrou?
A rosa mais linda e inesperada no meio da rua.
O pôr-do-sol naquele ponto alto da cidade.
Todo aquele carinho nos olhos, de verdade.
O "eu sou chato, não tenho assunto" que eu queria colocar no meu colo para sempre.
Quanto assunto... quanto assunto nós criamos... desenvolvemos... inventamos.
O elogio impetuoso que corria na beira do mar.
E a venda nos olhos para levar-me até lá.
A carência tão apaixonante revelada pelas espiadas sobre as minhas mãos
Que acariciavam pelas primeiras vezes suas pernas enquanto dirigia.
O passeio de liberdade pela estrada de pedras onde a gente ia.
O estímulo conjunto, criador de ideias, de inventar.
A união da criatividade, a afinidade, a sintonia. O sonhar.
Aquele toque tão sutil, tão macio.
O morango e o chantilly.
As artes na casa da tia; na casa da mãe.
A sensibilidade de juntar o coelho ao ovo de páscoa.
As conversas divertidas com a sua sogra.
A compreensão no caminhar, pela beira da estrada
Para os ponteiros acertar.
A questão que fazia de me ter.
Por perto.
Junto.
Para sempre.
As aulas enforcadas, para ficarmos mais grudados.
As aulas em que me levava junto, para ficarmos mais colados.
O deliciamento do Strognoff da Camis.
"A Camis". "Nunca mais eu desgrudo".
A Nega Maluca da casquinha dura descoberta. Ah! Quantas negas malucas...
Os abraços infindáveis, nos quais eu sabia, para sempre queríamos estar.
A paciência que segurava minhas mãos até eu me acalmar.
As mãos que desfaziam o vinco entre os meus olhos até não mais restar.
A alegria ao ouvir o apelido, da minha boca saído, naquela mesa de praia a lhe chamar.
A satisfação pelo gesto de ter ido até você, onde estivesse, lhe encontrar.
Os e-mails apaixonados.
O pedido ao pai ausente.
Fazendo-se tão presente
Ensinou-me a conversar.
As unhas pintadas naquele quarto de fazenda.
As buscas cansativas por ruas paraguaias.
As buscas criativas pelas lojas de escrever, de criar, de ler, de pintar.
O aconchego introcável das nossas camas de solteiro...
Não precisávamos de mais nada.
A fragilidade que só precisava do meu colo.
O romantismo que só queria minha presença.
Daquele menino, eu queria eternamente cuidar.
A confissão à tia.
Confissão de casar.
As poesias.
Escritas 5 minutos antes de sair ou de deitar.
A parceria.
Como a mão e o braço, estar sempre onde o outro está.
A idolatria.
Nos bastidores e no palco.
O companheirismo.
De frente da TV. Do trabalho. Da festa. Do estudo. Da criatividade.
Estávamos sempre lá. Não importa onde precisávamos estar.
A noite em claro para, mesmo que de longe, me acompanhar.
As noites em claro para, mesmo que trabalhando, ao teu lado estar.
O estímulo que me convencia linda. Ao mais natural possível. Quando o mundo exigia exatamente o contrário.
O afeto imensurável.
As rosas e beijos.
O sorriso com tanta ternura.
Carinhos e apelos.
O desejo.
O paciente enfebrado - tão amado, naquela cama do litoral.
A fala doce e tranquila que me deu paz e colocava tudo no seu lugar.
A dança mais linda, ensinou-me a dançar.
Com ele, os sonhos mais lindos, nunca imaginados, aprendi a almejar.
As fugas nos fins de semana.
Éramos só nós dois...
E o resto do mundo?
O resto do mundo que explodisse em algum lugar.
Entrelaçados o dia todo naquele branco sofá.
De manta no passeio noturno, ao vento do mar...
...
Assim era viver com ele.
Quantas e quantas mais lembranças guarda o coração.
Quanta felicidade vivemos...
Onde estarás agora?
Além de aqui, no mais profundo de mim?
Tirou-lhe a própria existência.
Esvaiu-se com todo o sangue derramado sobre o assoalho do quarto.
Terminou de escorrer ligando-se ao medicamento... água abaixo.
Levou ele embora de mim.
Dentro dos vasos sanguíneos, costurou-se um outro.
Tentei recuperá-lo por tempos.
Ah, como insisti...
Implorei.
Desci.
Desci até encontrar o fim.
Mas dele, não havia mais ali.
Algumas vezes, pareceu querer voltar
Mas já não era mais ele...
AQUELE não lhe deixou ficar.
Aquele.
Não é mais ele.
Diz-me querer levar, pra lá e pra cá. Fugir pra aquele nosso lugar.
Depois, diz não mais sonhar.
Aquele.
Certo dia, diz me amar.
E num outro, apenas gostar.
Aquele.
Vira a noite misturado ao meu corpo.
De dia, acorda a me escorraçar.
Em uma fala, diz ter tudo aqui em uma só.
Na seguinte, não sabe se comigo quer estar.
Aquele.
Não deixa-me ir embora
Mas diz não poder mais amar.
Aquele.
Já não sabe se está, nem se quer estar.
Esconde-me ao bater da porta.
Às vezes parece sentir-se bem ao machucar.
O que me deixou de bom, diz não mais acreditar.
É isso o que diz fazer bem para si.
É assim que diz estar mais feliz.
Livrou-se da sensibilidade.
Desfez-se do amor.
Pela janela, o romance jogou.
A poesia da vida, que era certa
Sobre o trilho o trem passou.
Todo aquele seu esplendor
Para fora da porta fechou.
Será só para mim?
Como uma bela pintura que escorre suas cores.
Como a rosa perfeita que gastou seu perfume.
Beija-flor sem flores. Montanha sem cume.
A bolha de sabão
Que no ar deveria estar
Por fim preferiu ao chão se atirar
Enterrou-se.
Ele.
Que apenas eu conheci.
Velou-se.
Ele.
Que aqui em mim se alojou.
Onde, tão somente, permanece a viver.
Junto de si, de mim tudo levou.
Se este, meu amor, era o descanso que necessitava, vá em paz.
Se esta era a liberdade que almejava, é certo que jaz.
Se nada mais posso fazer...
Devo eu, apenas conformar-me com a tua definitiva ausência.
Devo então, confortar-me com a tua extinta presença.
Que ao menos em minha alma restou.
Leva noite.
Leva a dor que me consome.
Leva a tristeza de saber que, aqui nesta, não mais o verei.
Leva as lágrimas pelos mortos que não irão, por elas, levantar.
Tira também de mim a vontade de outros sonhos sonhar.
Deixa a certeza de ter sido único.
Deixa ao menos o conforto de ter tudo isso para lembrar.
Traz dia a possibilidade de em uma estrela, a gente se reencontrar.
Tanto eu queria.
Mas afinal, como o encontrou?
A rosa mais linda e inesperada no meio da rua.
O pôr-do-sol naquele ponto alto da cidade.
Todo aquele carinho nos olhos, de verdade.
O "eu sou chato, não tenho assunto" que eu queria colocar no meu colo para sempre.
Quanto assunto... quanto assunto nós criamos... desenvolvemos... inventamos.
O elogio impetuoso que corria na beira do mar.
E a venda nos olhos para levar-me até lá.
A carência tão apaixonante revelada pelas espiadas sobre as minhas mãos
Que acariciavam pelas primeiras vezes suas pernas enquanto dirigia.
O passeio de liberdade pela estrada de pedras onde a gente ia.
O estímulo conjunto, criador de ideias, de inventar.
A união da criatividade, a afinidade, a sintonia. O sonhar.
Aquele toque tão sutil, tão macio.
O morango e o chantilly.
As artes na casa da tia; na casa da mãe.
A sensibilidade de juntar o coelho ao ovo de páscoa.
As conversas divertidas com a sua sogra.
A compreensão no caminhar, pela beira da estrada
Para os ponteiros acertar.
A questão que fazia de me ter.
Por perto.
Junto.
Para sempre.
As aulas enforcadas, para ficarmos mais grudados.
As aulas em que me levava junto, para ficarmos mais colados.
O deliciamento do Strognoff da Camis.
"A Camis". "Nunca mais eu desgrudo".
A Nega Maluca da casquinha dura descoberta. Ah! Quantas negas malucas...
Os abraços infindáveis, nos quais eu sabia, para sempre queríamos estar.
A paciência que segurava minhas mãos até eu me acalmar.
As mãos que desfaziam o vinco entre os meus olhos até não mais restar.
A alegria ao ouvir o apelido, da minha boca saído, naquela mesa de praia a lhe chamar.
A satisfação pelo gesto de ter ido até você, onde estivesse, lhe encontrar.
Os e-mails apaixonados.
O pedido ao pai ausente.
Fazendo-se tão presente
Ensinou-me a conversar.
As unhas pintadas naquele quarto de fazenda.
As buscas cansativas por ruas paraguaias.
As buscas criativas pelas lojas de escrever, de criar, de ler, de pintar.
O aconchego introcável das nossas camas de solteiro...
Não precisávamos de mais nada.
A fragilidade que só precisava do meu colo.
O romantismo que só queria minha presença.
Daquele menino, eu queria eternamente cuidar.
A confissão à tia.
Confissão de casar.
As poesias.
Escritas 5 minutos antes de sair ou de deitar.
A parceria.
Como a mão e o braço, estar sempre onde o outro está.
A idolatria.
Nos bastidores e no palco.
O companheirismo.
De frente da TV. Do trabalho. Da festa. Do estudo. Da criatividade.
Estávamos sempre lá. Não importa onde precisávamos estar.
A noite em claro para, mesmo que de longe, me acompanhar.
As noites em claro para, mesmo que trabalhando, ao teu lado estar.
O estímulo que me convencia linda. Ao mais natural possível. Quando o mundo exigia exatamente o contrário.
O afeto imensurável.
As rosas e beijos.
O sorriso com tanta ternura.
Carinhos e apelos.
O desejo.
O paciente enfebrado - tão amado, naquela cama do litoral.
A fala doce e tranquila que me deu paz e colocava tudo no seu lugar.
A dança mais linda, ensinou-me a dançar.
Com ele, os sonhos mais lindos, nunca imaginados, aprendi a almejar.
As fugas nos fins de semana.
Éramos só nós dois...
E o resto do mundo?
O resto do mundo que explodisse em algum lugar.
Entrelaçados o dia todo naquele branco sofá.
De manta no passeio noturno, ao vento do mar...
...
Assim era viver com ele.
Quantas e quantas mais lembranças guarda o coração.
Quanta felicidade vivemos...
Onde estarás agora?
Além de aqui, no mais profundo de mim?
Tirou-lhe a própria existência.
Esvaiu-se com todo o sangue derramado sobre o assoalho do quarto.
Terminou de escorrer ligando-se ao medicamento... água abaixo.
Levou ele embora de mim.
Dentro dos vasos sanguíneos, costurou-se um outro.
Tentei recuperá-lo por tempos.
Ah, como insisti...
Implorei.
Desci.
Desci até encontrar o fim.
Mas dele, não havia mais ali.
Algumas vezes, pareceu querer voltar
Mas já não era mais ele...
AQUELE não lhe deixou ficar.
Aquele.
Não é mais ele.
Diz-me querer levar, pra lá e pra cá. Fugir pra aquele nosso lugar.
Depois, diz não mais sonhar.
Aquele.
Certo dia, diz me amar.
E num outro, apenas gostar.
Aquele.
Vira a noite misturado ao meu corpo.
De dia, acorda a me escorraçar.
Em uma fala, diz ter tudo aqui em uma só.
Na seguinte, não sabe se comigo quer estar.
Aquele.
Não deixa-me ir embora
Mas diz não poder mais amar.
Aquele.
Já não sabe se está, nem se quer estar.
Esconde-me ao bater da porta.
Às vezes parece sentir-se bem ao machucar.
O que me deixou de bom, diz não mais acreditar.
É isso o que diz fazer bem para si.
É assim que diz estar mais feliz.
Livrou-se da sensibilidade.
Desfez-se do amor.
Pela janela, o romance jogou.
A poesia da vida, que era certa
Sobre o trilho o trem passou.
Todo aquele seu esplendor
Para fora da porta fechou.
Será só para mim?
Como uma bela pintura que escorre suas cores.
Como a rosa perfeita que gastou seu perfume.
Beija-flor sem flores. Montanha sem cume.
A bolha de sabão
Que no ar deveria estar
Por fim preferiu ao chão se atirar
Enterrou-se.
Ele.
Que apenas eu conheci.
Velou-se.
Ele.
Que aqui em mim se alojou.
Onde, tão somente, permanece a viver.
Junto de si, de mim tudo levou.
Se este, meu amor, era o descanso que necessitava, vá em paz.
Se esta era a liberdade que almejava, é certo que jaz.
Se nada mais posso fazer...
Devo eu, apenas conformar-me com a tua definitiva ausência.
Devo então, confortar-me com a tua extinta presença.
Que ao menos em minha alma restou.
Leva noite.
Leva a dor que me consome.
Leva a tristeza de saber que, aqui nesta, não mais o verei.
Leva as lágrimas pelos mortos que não irão, por elas, levantar.
Tira também de mim a vontade de outros sonhos sonhar.
Deixa a certeza de ter sido único.
Deixa ao menos o conforto de ter tudo isso para lembrar.
Traz dia a possibilidade de em uma estrela, a gente se reencontrar.
Mas como eu poderia evitar
E perdidamente não me apaixonar?
Entregou-se sem frescura
Generosidade pura
Corpo, alma, coração.
Não sabia, eu, que isso lhe fazia mal.
Entreguei-me também.
Em meio às decepções com o mundo
Tirou-me sua entrega.
Na intenção de aprender a dizer não
De barrar as invasões de tantos ao redor
Aprendeu, como um humano qualquer, a pensar em si só.
No meio de campo, a cabeça com a novidade
Confundiu auto-estima com egoísmo.
Tornou-se uma só reação
Para qualquer tipo de ação.
Perdeu o tato
A capacidade de distinção
Para quem podia se entregar
E quem deveria barrar.
Para quem podia mostrar suas fraquezas
E para quem deveria impor suas recém-construídas fortalezas.
Achava eu, que a entrega era modo de ser
De sentir-se feliz
Mas sentia-se abusado
E eu que pensei
Como quem recebe o carinho
Que era fruto de amor
Sem a consciência de que a mão que acariciava
Podia estar se auto-mutilando
Apenas para agradar.
Por insegurança
Baixa auto-estima
Era jeito apenas de conquistar.
Entreguei-me também.
Por amor
Retribuição
Vontade espontânea do coração.
Dessa, o arrependimento jamais poderá se apropriar.
Tirou-me a entrega
Como se entregar-me tivesse lhe feito mal
Como se fosse eu a manipuladora de suas atitudes e pensar
Mas nunca pedi para se anular
Nunca lhe disse como pensar
Nunca exigi como devesse se portar
Confundiu-me
Uma, duas, três vezes
E muitas mais.
Como se eu não fosse aquela
Capaz de a minha vida lhe dar.
Como se eu não fosse aquela
Que já a tivesse dado.
Sou conhecedora do seu pior.
O seu melhor, sei decor.
Contigo, pela transição passei.
E aqui fiquei.
Permaneci.
Ainda estou aqui.
E perdidamente não me apaixonar?
Entregou-se sem frescura
Generosidade pura
Corpo, alma, coração.
Não sabia, eu, que isso lhe fazia mal.
Entreguei-me também.
Em meio às decepções com o mundo
Tirou-me sua entrega.
Na intenção de aprender a dizer não
De barrar as invasões de tantos ao redor
Aprendeu, como um humano qualquer, a pensar em si só.
No meio de campo, a cabeça com a novidade
Confundiu auto-estima com egoísmo.
Tornou-se uma só reação
Para qualquer tipo de ação.
Perdeu o tato
A capacidade de distinção
Para quem podia se entregar
E quem deveria barrar.
Para quem podia mostrar suas fraquezas
E para quem deveria impor suas recém-construídas fortalezas.
Achava eu, que a entrega era modo de ser
De sentir-se feliz
Mas sentia-se abusado
E eu que pensei
Como quem recebe o carinho
Que era fruto de amor
Sem a consciência de que a mão que acariciava
Podia estar se auto-mutilando
Apenas para agradar.
Por insegurança
Baixa auto-estima
Era jeito apenas de conquistar.
Entreguei-me também.
Por amor
Retribuição
Vontade espontânea do coração.
Dessa, o arrependimento jamais poderá se apropriar.
Tirou-me a entrega
Como se entregar-me tivesse lhe feito mal
Como se fosse eu a manipuladora de suas atitudes e pensar
Mas nunca pedi para se anular
Nunca lhe disse como pensar
Nunca exigi como devesse se portar
Confundiu-me
Uma, duas, três vezes
E muitas mais.
Como se eu não fosse aquela
Capaz de a minha vida lhe dar.
Como se eu não fosse aquela
Que já a tivesse dado.
Sou conhecedora do seu pior.
O seu melhor, sei decor.
Contigo, pela transição passei.
E aqui fiquei.
Permaneci.
Ainda estou aqui.
Pulou da cama
Passou pela porta
Percorreu o chão da sala
Atravessou a cozinha
E pela fresta, deslizou.
Rolando lá fora
Bateu
Pingou
Subiu
Voou
Loooooooooongeeeee...
Gargalhou.
No ar, parou.
- Uma explicação?
- Uma explicação??
Como há de entender qualquer delas, se nem ao menos entende aquilo que transparece em meu olhar? As batidas do meu coração se mostrando insistentemente no abre e fecha das minhas pupilas, frente a frente com as suas?
Medo de se entregar?
Desculpa que já não pode amar.
Soterra sua magia.
Afoga tua criança.
Para evitar que ela mesma se afogue em lágrimas depois.
Rechaça a possível tristeza. Mas também a felicidade.
Qual foi mesmo o final feliz que não rendeu tantos sentimentos inversos?
Entre contos e reviravoltas, maluquices, raiva, paixão, angústia, alegria, dor, amor.
E foram felizes para sempre.
(Mas apenas os malucos.)
Essa, meu bem, é a tal explicação.
É o conto de fadas tão raro de encontrar.
E que tão naturalmente, conseguimos estrelar.
É o final feliz que todos (nem todos) esperam.
Todas as fadas em um só conto.
Todos os contos em um só livro.
Aí fora, a realidade chamou.
Pareceu legal.
Pegou pela mão.
Trocou o livro de cunho próprio para mergulhar nas histórias contadas por centenas de tantos outros...
Por certo tempo, até que encantou!
Mas não há "para sempre" para si, na história de outro.
Não há "para sempre" para os pés que gostam do chão.
Eles mesmos determinam: o tempo? É só por um tempo!
- E o encanto? Nisso aí, onde está?
- Bem... tava a... li???
*
Escafedeu-se.
Pifou.
Quanta entediação!
Que coisa sem graça... uma chateação.
Cabeça e pé no chão.
Espremem para fora a imaginação.
"Sonhar?
Pra quê?
Não há tempo!
Rápido! Preocupe-se tão somente em pisar! Em pensar!"
No nosso caso, meu caro...
Você e eu.
Eu e você.
Somos, 2 em 1, frutos de nossa própria imaginação.
Imaginação em conjunção... ah... quanta imaginação!
Não há realidade, criatividade ou Peixe Grande que sejam páreos para esta tão encantadora união.
Conexão.
Mental. Física. Emocional.
Ideias. Sonhos. Pele. Imaginação. Gestos. Vontades. Sentimentos. Olhares. Atitudes. Pensamentos. Sintonia. Simetria.
SIMETRIÈ!!
O mundo pede simetria.
A natureza e seus bastidores pedem por ela.
Olhe para si.
Para os lados.
Para cima.
Para baixo.
Aí está sua explicação.
E se não lhe for suficiente...
Tenho apenas lamentar como opção.
Estraçalha de vez tua cria
E cria logo raízes nesse chão.
Se renegas o que era bom em ti,
Guardo eu, aqui em mim.
Passou pela porta
Percorreu o chão da sala
Atravessou a cozinha
E pela fresta, deslizou.
Rolando lá fora
Bateu
Pingou
Subiu
Voou
Loooooooooongeeeee...
Gargalhou.
No ar, parou.
- Uma explicação?
- Uma explicação??
Como há de entender qualquer delas, se nem ao menos entende aquilo que transparece em meu olhar? As batidas do meu coração se mostrando insistentemente no abre e fecha das minhas pupilas, frente a frente com as suas?
Medo de se entregar?
Desculpa que já não pode amar.
Soterra sua magia.
Afoga tua criança.
Para evitar que ela mesma se afogue em lágrimas depois.
Rechaça a possível tristeza. Mas também a felicidade.
Qual foi mesmo o final feliz que não rendeu tantos sentimentos inversos?
Entre contos e reviravoltas, maluquices, raiva, paixão, angústia, alegria, dor, amor.
E foram felizes para sempre.
(Mas apenas os malucos.)
Essa, meu bem, é a tal explicação.
É o conto de fadas tão raro de encontrar.
E que tão naturalmente, conseguimos estrelar.
É o final feliz que todos (nem todos) esperam.
Todas as fadas em um só conto.
Todos os contos em um só livro.
Aí fora, a realidade chamou.
Pareceu legal.
Pegou pela mão.
Trocou o livro de cunho próprio para mergulhar nas histórias contadas por centenas de tantos outros...
Por certo tempo, até que encantou!
Mas não há "para sempre" para si, na história de outro.
Não há "para sempre" para os pés que gostam do chão.
Eles mesmos determinam: o tempo? É só por um tempo!
- E o encanto? Nisso aí, onde está?
- Bem... tava a... li???
*
Escafedeu-se.
Pifou.
Quanta entediação!
Que coisa sem graça... uma chateação.
Cabeça e pé no chão.
Espremem para fora a imaginação.
"Sonhar?
Pra quê?
Não há tempo!
Rápido! Preocupe-se tão somente em pisar! Em pensar!"
No nosso caso, meu caro...
Você e eu.
Eu e você.
Somos, 2 em 1, frutos de nossa própria imaginação.
Imaginação em conjunção... ah... quanta imaginação!
Não há realidade, criatividade ou Peixe Grande que sejam páreos para esta tão encantadora união.
Conexão.
Mental. Física. Emocional.
Ideias. Sonhos. Pele. Imaginação. Gestos. Vontades. Sentimentos. Olhares. Atitudes. Pensamentos. Sintonia. Simetria.
SIMETRIÈ!!
O mundo pede simetria.
A natureza e seus bastidores pedem por ela.
Olhe para si.
Para os lados.
Para cima.
Para baixo.
Aí está sua explicação.
E se não lhe for suficiente...
Tenho apenas lamentar como opção.
Estraçalha de vez tua cria
E cria logo raízes nesse chão.
Se renegas o que era bom em ti,
Guardo eu, aqui em mim.
É a vida tirando o seu sarro
Ela não era mais aquela menina.
Trocou a capa pelo vestido.
Mudou-se.
Casou.
Arrancou do peito o coração e deu a ele, como uma mãe, a seu filho.
Ele não era mais aquele menino.
Mudou.
Brincou.
Mandou.
Morreu?
Cada um para um lado.
DE NOVO???
Mas será o Benedito que não aprendem nunca?
Não adianta insistir! Mar e mar, mesma essência. Vieram e vão para o mesmo lugar.
Sempre vão reencontrar.
Sempre vão reencontrar.
Esse negócio de separar não passa de conversa pra boi roncar.
Bem...
Pelos meios dos caminhos de viéses separatosas...
Ele se deparou com uma encruzilhada
E ela?
- Cá estou, novamente.
Gira mundo.
Gira vida.
- As coisas não mudam de lugar.
O que muda é apenas o jeito de estar.
Agora uma mulher.
Cara a cara com a floresta.
O medo tornou-se desafio.
Virava doce em sua mãos.
E lá vai ela.
- Pela estrada à fora, eu vou bem sozinha, levar esses doces para a vovózinh...
- E aí, Chapéu?
Interrompeu-se a melodia e ressoou.
- Lobo? Você ainda anda por aqui?
- Não. Estou só de passagem.
Gira mundo.
Gira vida.
- Como estás bonita.
- E tu, tão magrinho! Como vai a família?
- A prole aumentou. E como todo 2 e 2, um dia está bom, depois fica ruim. Aí fica bom, bom, bom. Aí fica pior do que nunca. E assim vai. Todos nós complicamos muito as coisas... e a vida passa tão rápido. Mas e você? Conte-me tudo!
E num desatino, como dois velhos amigos, se puseram a conversar, por horas e horas, naquela tarde de sol em meio à clareira da floresta.
Ele ouvia.
Ela falava.
Ele opinava.
Ela se lamentava.
Quanta ironia!
Gira mundo.
Gira vida.
- Lobo, lobo! Como pode? Agora um melhor amigo? Você... que um dia pareceu querer tirar de mim meu coração, hoje ouve dele meus choramingos e... me aconselha?? Diz-me... como reencontrar aquele para quem entreguei o meu amor verdadeiro? Quanta ironia para uma vida só!
Gira mundo.
Gira vida.
Ontem escuridão.
Amanhã luz.
Naturalmente, retomaram cada um seu caminho, como quem encontrou o lugar para aquela pecinha perdida do quebra-cabeças.
Continuando a caminhada, estavam lá os três porquinhos.
Sopravam eles, dessa vez, a barraca de um jovem caçador.
Na outra esquina, o coelho apressado da Alice praticava meditação.
Mais à frente, os sete anões, por sua vez, assavam uma bela e cheirosa torta de maçã.
Para a madrasta, que fugiu para a floresta porque se apaixonou pelo lenhador.
Gira mundo.
Gira vida.
Presente do tempo
Lição de continuar
Morre passado, nasce futuro
Passado e futuro a se encontrar
No gira-gira contínuo
É lá novamente que vamos parar
Só as peças do tabuleiro
É que mudam de lugar.
Interrompeu-se a melodia e ressoou.
- Lobo? Você ainda anda por aqui?
- Não. Estou só de passagem.
Gira mundo.
Gira vida.
- Como estás bonita.
- E tu, tão magrinho! Como vai a família?
- A prole aumentou. E como todo 2 e 2, um dia está bom, depois fica ruim. Aí fica bom, bom, bom. Aí fica pior do que nunca. E assim vai. Todos nós complicamos muito as coisas... e a vida passa tão rápido. Mas e você? Conte-me tudo!
E num desatino, como dois velhos amigos, se puseram a conversar, por horas e horas, naquela tarde de sol em meio à clareira da floresta.
Ele ouvia.
Ela falava.
Ele opinava.
Ela se lamentava.
Quanta ironia!
Gira mundo.
Gira vida.
- Lobo, lobo! Como pode? Agora um melhor amigo? Você... que um dia pareceu querer tirar de mim meu coração, hoje ouve dele meus choramingos e... me aconselha?? Diz-me... como reencontrar aquele para quem entreguei o meu amor verdadeiro? Quanta ironia para uma vida só!
Gira mundo.
Gira vida.
Ontem escuridão.
Amanhã luz.
Naturalmente, retomaram cada um seu caminho, como quem encontrou o lugar para aquela pecinha perdida do quebra-cabeças.
Continuando a caminhada, estavam lá os três porquinhos.
Sopravam eles, dessa vez, a barraca de um jovem caçador.
Na outra esquina, o coelho apressado da Alice praticava meditação.
Mais à frente, os sete anões, por sua vez, assavam uma bela e cheirosa torta de maçã.
Para a madrasta, que fugiu para a floresta porque se apaixonou pelo lenhador.
Gira mundo.
Gira vida.
Presente do tempo
Lição de continuar
Morre passado, nasce futuro
Passado e futuro a se encontrar
No gira-gira contínuo
É lá novamente que vamos parar
Só as peças do tabuleiro
É que mudam de lugar.
Reset? Delete? Stop it?
Aprender.
Acumular conhecimento.
Um tijolinho sobre o outro.
Moleza para o cérebro humano. Moleza até para o coração.
Aprender a respirar, a ver, a andar, a comer, a falar, a ler
e escrever.
Talvez o mais difícil seja aprender a viver. Ou melhor,
aprender a morrer. Dia a dia.
Desaprender.
Retirar tijolinhos sem desestruturar a construção?
Como se faz??
Como ensinar o cérebro a apagar o que já está gravado, sendo
ele uma máquina de gravar e não de apagar?
Como é que ninguém inventou um botão de resetar?
Como faz para ensinar o coração a desamar depois que ele se
preenche com amor e não com paixão?
Como ensinar as artérias a não pulsarem com o sangue
correndo por dentro delas?
Como colocar em uma caixinha os sonhos que você criou e
jogá-los pela janela?
Como arrancar das suas entranhas a vida que tomou conta delas?
Como dizer à sua alma que também não será nesse corpo?
Como fechar os olhos e não ver a imagem de um relógio quando
ouve o barulho dos ponteiros – tic tac tic tac tic tac?
Como ouvir o au au ao longe e não saber que vem de um
cão?
Como desaprender aquela rosa, uma vez compreendido
seu perfume pela terra do meu coração?
Pode ela murchar...
Pode mudar de cor...
Pode ela desabrochar...
Pode espinhar... me fazer sangrar...
Meu coração sempre saberá ser a rosa.
Como faço então para que ele entenda que a rosa não voltará
a ser a rosa que aprendeu?
Como destruir a lembrança gravada no olfato? Na visão? No
tato?
Como faço para que eles entendam que a rosa não quer mais ser
rosa??
Como explicar que no lugar do aroma, agora ela só tem a oferecer os espinhos?
“Dê-lhe mais terra” – diz a cabeça;
“Dê-lhe mais sol” – diz o coração;
“Dê-lhe mais água” – diz a razão;
“Dê-lhe borboletas...” diz a emoção...
Dou-lhe o mundo...
Mas como lhes explicar que nada disso faz mais falta? Que qualquer
oferenda de amor tem nutrido apenas seus espinhos e não mais o desabrochar?
A cabeça, nem o coração... a razão, nem a emoção... não
entendem como se a rosa precisa da terra, e a terra da rosa... essa não lhe
queira mais?
Como destruir a esperança indestrutível do coração??????????????????????????????????????????????
De que a rosa novamente seja apenas a rosa que lhe completou.
De que a rosa novamente seja apenas a rosa que lhe completou.
Chacoalhá-lo?
Infrutífero.
Estapeá-lo?
Deu em nada.
Como desaprender a ser alguém?
E voltar a ser outro alguém...
Que apesar da falta de alguns valores, fazia mais
falta.
Aprender pra quê?
Se no final das contas o que parece salvar dessa tristeza é desaprender.
Eis aí a verdade de que sofre menos quem sabe menos?
Sedex 10
Tristeza maior que não saber amar?
Velha desconhecida.
Nova companheira.
A dor dos poetas.
O maior amor do mundo explodindo do peito;
Transbordando pelos olhos...
Sem poder extravasar.
Mandá-lo ao destinatário e receber de volta, com o aviso de ´não encontrado`.
Será que o seu próprio estímulo criador já não o quer?
Será que viajou e um dia retorna?
Será que se mudou para sempre?
Se hoje o recebe, faz dele apenas combustível para sua
força. Para seu "amor-próprio". Para o seu ego.
A maior da maior dor é o seu querer fazer o melhor bem não
ser bom.
Não fazer falta.
Não ser o suficiente.
Preto no Branco
. . . . . . . .
De madeira, me fez lápis de cor.
Das minhas cores, coloriu seus dias.
Dos seus dias, fez a paisagem de minha vida.
E agora, as cores com as quais me criou já não fazem parte da sua aquarela?
Das minhas cores, coloriu seus dias.
Dos seus dias, fez a paisagem de minha vida.
E agora, as cores com as quais me criou já não fazem parte da sua aquarela?
. . . . . . . .
Tem dias que minha imaginação dorme, preguiçosa... e eu vago
meio que sem idéia.
Mas nos outros dias já cedinho, no raiar do dia, ela cocoricóóó!
Desperta faceira.
De repente a idéia toc
toc na janela, e mais que ligeirinho pula pra dentro.
Toma conta da sala. Se esparrama, pede pipoca e assiste
filme até tarde da noite...
- Tá na hora de dormir, mocinha.
- Aaaah mãe, nãoo... então conta uma historinha pra eu
dormir?
- Era uma vez...
ZzZzZzZzZzZzZzZzZz
(sonha com os anjos, menininha dos olhos brilhantes)
Se for por ali, é só pegar a primeira à direita e seguir. Aí
quando chegar na terceira à esquerda, você entra. Lá na frente, vai dar em uma
via de mão dupla:
- Na que vai, o ponto de vista é essencial para ser feliz.
- E na que volta, a condição de estar feliz é determinante do ponto de vista.
Isso porque, provavelmente o modo de enxergar as coisas dependa
do estado de felicidade em determinado momento, enquanto que direcionar o ponto
de vista para o bem ajuda a criar a felicidade.
E se, vice-versa, você quiser vir pelo outro lado, tudo bem,
pois a ordem destes fatores não altera aqueles produtos.
Às vezes passam-se vários dias e não consigo encontrar poucos
minutos de sobra.
Nem 5 minutos pra pegar uma caneta e escrever alguns
pensamentos.
Nem 10 minutos para sentar na frente desta tela.
Nem 15 minutos pra botar uns rabiscos no papel em branco que
está ali há dias só esperando ansiosamente pelo seu amante - o lápis.
30 minutos para lidar com a máquina de costura então? Ih, já
virou lenda.
Às vezes nem 3 minutos sobram.
(nem pra um Miojo... quem dirá praquela prataiada toda que aprendi no curso... afff!)
Nada. Os minutos nem saíram direito do forno, e alguém logo os
engoliu, um a um.
(às vezes nem o cheirinho a gente sente!)
Na correria do dia a dia, tem que espremer tudo por entre os
ponteiros do relógio – e bem espremidinho.
Com sorte, dá pra conseguir uns 360 minutos de sono (com muito
mais sorte, até 480).
São 600 de trabalho.
1440 de amar (pelo menos). Inegociavelmente.
Nos entremeios, minutos conseqüência desses minutos convenção:
pra banhar, alimentar, transportar.
Mas economiza, que aqui ninguém é sócio do Whatchman!
E com tudo isso, não é à toa que quando sobram 10 minutos, só
dá vontade mesmo é de colo.
Foi de repente que uma segurança tão grande tomou conta de
mim...
Como se uma equipe inteira de bombeiros tivesse vindo
resgatar meu coração do incêndio que meus pensamentos involuntários quase
sempre provocam.
Entraram com tudo na sala em chamas, lançaram-nos à cama
elástica pela janela e apagaram o fogaréu com água fria (que é pra acalmar
qualquer nervo que estiver se descabelando).
E ali mesmo ele ficou. Póin póin póin póin-óin-óin.
Póin.
E já não sabe mais como aqueles medos queimaram por tanto
tempo ali.
O Teatro do tempo apresenta: Curitiba – o terror da
estabilidade.
Em cartaz há 319 anos, com apresentações diárias e entrada
franca.
Neste palco, as quatro estações têm vez em apenas 24 horas!
Para dar conta desse espetáculo, é preciso carregar uma mala
só de roupa que inclua NO MÍNIMO um cachecol pra hora de sair pra labuta, um vestido
pra hora do almoço, um guarda-chuva pro fim da tarde, e um casaco pra mais à
noite.
E haja disponibilidade pra esquentar. E paciência pra
esfriar.
Decorar o roteiro é que é difícil – já que muda o dia todo, todo
dia.
Mas emoção é o que não falta.
Igual ontem, a mulherada na rua, cheia de charme no meio daquele
vendaval, cabelos ao vento.
Até chegar em casa, a propaganda de shampoo já virou
propaganda de vassoura. Um troço de
profissional mesmo.
Hoje vivi 15 minutos à parte.
Em uma breve caminhada sob o sol, enamorei-me da minha
sombra.
Dei conta de que aquele contorno sem olhos nem boca é a minha
extensão além do limite que o sol encontra em mim.
A ausência de luz entre o meu corpo e a próxima matéria.
A extensão de não luz do que a luz torna visível.
Irônico, não?
Então o meu corpo é um interlocutor entre a luz e a falta de
luz?
Hmmmm...
(Já tô chegando.)
Eu hein, conversa de louco.
Melhor parar por aqui, vai que tá transparecendo - iluminando ou sombreando...
Uma caixinha de surpresas.
Uma dentro da outra.
Foi assim que ele se descreveu pra mim logo no começo.
Uma caixa pendurada num pequeno pára-quedas que passou pelos
nossos olhos caindo devagarinho, balançando de um lado pro outro.
De um lado pro outro bem na frente da janela de onde
olhávamos a vida se arrastar naquele fim de dia frio de inverno.
Dentro das caixinhas encontramos muitas coisas: o cobertor
para nos aquecer, o bobo para nos alegrar, a felicidade para nos nutrir e o
amor para nos ampliar.
Sabe aquele dia em que você fica sem comer por umas 8 horas?
Com uma fome de leão?
E de repente surge alguém com a comida mais gostosa do mundo
pra você?
Esse é você pro meu coração.
O leão era ele, antes de te encontrar.
E sabe aquele dia em que você passa muito, muito frio?
Com um frio de congelar?
E de repente surge alguém com um banho quentinho, uma
coberta e um aquecedor?
Esse é você pro meu coração.
O congelado era ele, antes de te encontrar.
Era uma vez um balão
daqueles que a gente enche com a boca – e dá até um ruim de pensar se aquilo
estoura na cara na hora que tá enchendo.
Uma bexiga, para quem
preferir.
Roxa.
Com estrelas verdes.
Às vezes eu sou esse
balão.
Roxo.
Com estrelas verdes.
De vez em quando
escapo e viro um pensamento viajante.
Sem perceber, vou
subindo, subindo...
Vôo tão longe – ou
tão dentro – que entro em um transe quase profundo.
Sumo dentro de mim e
é apenas a carcaça que fica. Segurando a tenda em pé para o palhaço retornar.
Ainda não descobri ao
certo o que dispara essa auto-hipnose. Essa fuga. Essa (in)consciência.
É assim, de repente,
que escapo sem ver.
Até que me dou conta
de que me ausentei do mundo por uns instantes e estou de volta.
As energias da minha
alma recarregadas – ou no mínimo relaxadas.
Por precaução, acho
melhor amarrar o outro balão junto né. Vai que um dia o fio solta?! Tsc!
Andar no centro da cidade é – no mínimo – divertido.
Em uma volta, mil sensações. É o sol gostoso batendo na
gente em um dia que não dá pra saber se é calor ou se é frio (metade de cada,
acho).
Tantas caras. Tantos cheiros. Tantos sons. Tudo misturado.
Tantas vidas diferentes passam pra lá e pra cá, e se cruzam
nas esquinas. Tantos valores e propósitos diferentes.
Tantas cores. E tanta falta de cor, no meio do aglomerado de
prédios pintados pelo acinzentado. Da respiração cinza dos mil motores que
também passam por ali todo dia.
O tiozinho correndo desesperado pra não perder o ônibus (que
parou e nem abriu a porta ainda).
A moça caminhando com um menino na mão direita e um livro
aberto na outra. É um passo, e uma palavra. E a criança guiando.
(Essa sim gosta de ler!)
Um pouco ali na frente, a conversa das senhoras:
- E onde é a meia?
- A de R$1,00?
- Ahãm.
- Ah, é naquele memo lugar que passemo aquele dia e compremo
o guarda-chuva.
O cara com voz de locutor anunciando promoção na loja.
É estátua que se mexe.
(Hoje em dia elas fazem até coreografia.)
Uma mulher gritando o dia todo. É cobra pra cá, borboleta
pra lá.
(Deve ser bióloga ela.)
Tem dupla tocando violão. Outros vendendo música de outros.
Até palhaço tem nesse circo da rua XV.
A senhorinha vendendo bala pra ganhar 0,50... ai, me corta o
coração.
(Ainda bem que eu adoro bala de goma.)
Gente ganhando a vida e gente gastando o que ganhou pra
viver.
Deu até saudade do tempo em que bater perna no centro era
quase um ofício.
Tem dias que eu queria apenas uma coisa: conseguir te
mostrar um pedacinho só da imensidão desse amor.
Tão forte que parece que vai estourar o meu peito. Bem aqui,
nesse intervalo entre aquele que digere e os dois respiradores.
É tipo frio na barriga, umas mil vezes elevado ao cubo, só
que nesse lugar indefinido.
Também, como é que se define um lugar físico pro que é
abstrato, afinal?
Nesses dias eu também sinto muito medo... de não saber mais
viver sem a tua companhia.
Mas tem outros dias – como hoje – que eu só quero te dizer
tudo o que você é para mim. Não o que vem daí pra cá, mas o que vai daqui praí.
Contar-te que você é o sol que ilumina o meu dia e as
estrelas que pintam o céu da minha noite.
Que você é tão especial, tão especial, que não consegue nem
se dar conta.
Que você é a pessoa – A PESSOA – que mudou a minha vida.
Longe do comum.
É cômico se tirar a parte quase trágica.
De manhãzinha, um tal de beep beep beep beep beep beep beep
beep beep beep beep beep sem parar.
(só mais 10 minutinhos...)
Soneca.
Mesmo com isso aí no ouvido, que irrita só de olhar, não
acorda de jeito nenhum pra ir trabalhar.
De madrugada, um tal de Uiuiuiuiuiuiuiuiuiuiuiuiuiuiuiuiuiuiuiuiuiuiuiuiuiuiuiuiuiuiuiuiuiuiuiuiui
sem parar.
(maldito alarme do vizinho!)
(Desliga, desliga. Quero dormir. Desliga, desliga. Quero
dormir.)
...
“Ufffa! Tomara que não tenham só apertado Soneca!”
Um dia antes do natal, saímos eu, Juju e mammy bater perna
pelo centro – diga-se de passagem, um lugar muito calmo e pacífico nessas
épocas.
Bom, antes fomos eu e a Juju, só mais tarde foi a nossa Bela
Adormecida – após um horário plausível com o seu sono que se estende pra depois
da metade do dia, claro.
A missão da jornada era ver coisas pra minha irmã, porque na
cidade perdida é mais difícil sair pra comprar roupas e voltar em bom estado
para casa.
Durante a camelação
demos de cara com um treco que achamos alucinante. Mas quando perguntamos o
preço... “Aaaaain Juju, tira a faca senão eu nunca mais consigo colocar 1 pingo
de nada na boca!” A bagatela era de apenas
150 pilas!
Bem, embora a árvore já estivesse entupida com todos os
nossos presentes, eu embestei (e por acaso, ela também) que a gente fazia um
daquele gastando bem menos. Mais que isso, eu ia fazer e seria mais um dos
presentes do Sr. Lindolindo.
Na verdade, quase me segurei pra deixar pro aniversário
dele, mas a vida é tão rápida... nem sei se o mundo chega até o mês que vem,
quem dirá 3 meses à frente.
“Vamo naquela loja lá de elétricos?”
Meia hora depois estávamos com tudo comprado, só precisava
montar.
Tá aí a nossa bola mágica:
Eu conheço uma senhora que adora pendurar nas janelas.
Dependendo do ponto de vista, há gente que a acharia um
tanto meio... doida.
Nesse caso da janela, a coitada só quer mesmo é agradar o
patrão, achando que o serviço vale mais que a vida dela.
(Tanto que mesmo
depois de ele brigar com ela umas várias vezes por isso, ela aprendeu a esperar
ele sair pra começar a aventura)
Limpa daqui, esfrega de lá.
Pendura daqui, quebra de lá.
Nas outras partes do dia, não sei dizer se a senhorinha é
mesmo doida ou se é apenas atrapalhada.
O caso é que na hora de colocar no lugar o que tirou pra
limpar, ela coloca a cama no teto e a geladeira no lugar do sofá.
Esses dias, até se trancar para fora da porta – com a chave
pra dentro – ela conseguiu.
Num outro dia, chegando ao banheiro, vimos que a janela
estava quebrada. (Deslocou a coluna inteirinha, a coitada). Acho que deve ter
sido depois de limpar, que a senhorinha confundiu a janela com a pia.
É divertida a Dona Mulher Aranha. Eu gosto dela. O que tem
de atrapalhada, tem de prestativa...
De acordo com o meu amor, sétimo sentido é aquele que você
tem quando um zóiudo não tira os zóio de você.
Sabe? Quando você não tá vendo, mas sente aqueles olhos famintos? Puxando a tua cabeça
naquela direção?
E aí você olha e ele tá mesmo te olhando.
Então eu acho que o oitavo sentido deve ser aquele que vem
depois, o da vontade de enfiar logo os dois dedos naqueles zóião. Sai pra lá zica!
Chão de terra vermelha, cheiro de fogão à lenha, chuva o dia
todo.
Assim começou a saga.
Esse cenário podia ser o início de um sonho... em um
sitiozinho no meio do mato. Cachoeira, relaxar e dormir com o sapo tagarelando
lá fora.
Mas no meio da madrugada o sonho virou pesadelo.
Só se falava em um assunto. Aquela gente parecia ter saído
direto de um filme de terror.
E a luz que nunca voltava.
Aquele fumacê.
O banho ficou cobiçado.
(E eu tomei banho gelado. Naquele frio. Vento nas costas.)
Disseram até que naquela região tudo se resolvia era na bala.
(Bala de quê senhora?)
Pela boca das tiazinhas – por acaso mãe e filha – saiam
cobras e lagartos. Até o dragão, coitado, por lá virou vilão.
Dali, não sei o que escapava mais, se era o ffffffffffffffffffff dos 5 cigarros que
elas botavam goela adentro a cada minuto, ou o fuuuuuuuuuuuu do papo, que era bem
dos furados.
Durante o café da manhã mesmo, era um gole de café e outro
de fumaça.
Um pedaço de pão recheado com palavrão.
Mas ainda bem que ao amanhecer, antes que acabasse mal,
acordamos.
Ufa! Estávamos de volta ao nosso mundinho – limpos e saudáveis.
Com gente do bem.
Com luz.
Pão e circo
A viagem nem sequer tinha começado e já tinha uma área de
turbulência.
“Em caso de despressurização, máscaras de oxigênio cairão
sobre seus assentos.”
(Ainda bem, porque tem coisas que fazem a gente passar de 1
atm.)
O causo é que depois de uma soneca alternada e de fazer as
malas, estávamos indo de uma casa para a outra.
Quando chegamos a 3 ou 4 quadras, naquela rua que quase
sempre a gente vira: FECHADO PARA BALANÇO.
(Será que aquilo não eram mesmo carros que eles decidiram
fazer em forma de cone?)
- Hmmmm, então entra na outra esquina amor.
Tava igual.
Na outra também.
E na outra.
Ai meu Deus, os cones estão invadindo o mundo!
Tivemos que sobrevoar o Pacífico e mais o Atlântico para
chegar um pouco mais perto do
conforto do lar.
E foi bem ali que quase tivemos que implorar passagem pro seu guarda, que cheio de razão (como
quase todos precisam ter) ainda rosnou. COMO SE estivesse nos fazendo um favor
em nos deixar entrar em casa.
É isso o que se recebe por pagar impostos.
Nada mais que um pano vermelho balangando pro cidadão.
Pra lá e pra cá.
Bonito, vistoso. “ Venha,
venha...”
E “OLÉÉÉÉÉÉÉ”.
Coitado do touro. Foi tudo pro bolso (ou pras cuecas) do
toureiro.
Mas o melhor depois de tudo é acordar na manhã seguinte ao
som de “Marcha soldado, cabeça de papel. Quem não marchar direito vai preso no
quartel”.
O carro vai passando e passa árvore. Passa sinal. Passa
caminhão.
Passa mais carro. Passa a tiazinha com uma onça nas costas
(meu deeeus!).
Passa até um minotauro de lata!
Passa um cara com 10 cachorros – ele não sabe se vai pra
frente ou pro lado que cada um deles quer.
Passa lanchonete.
Passa um bar com o tio de Caloi vermelha na frente.
Clássica! Saudade de quando era criança.
Passa a vida, assim, como passa tudo pela janela do carro.
Passa o que os olhos vêem.
Só não passa o que entra e fica aqui pra dentro.
Tontisse é um trem que dá de vez em quando.
É tipo momentos de ar na cabeça.
E é bem aí que pode dar a tal da zica.
Porque lugar de ar é no pulmão e não na cabeça né...
Doidice é uma coisa que dá de vez em sempre.
É tipo frio na barriga.
E é bem por aí que faz a alegria de viver.
Tá bom que frio não deveria ser bom em lugar nenhum, mas
esse aí é.
Ô, se é.
Às vezes, pela noite, os minutos vão passando e levando o
meu sono embora.
Fica o travesseiro do peito do meu amor, a coberta e um mar
de pensamentos, quebrando pra lá e pra cá.
É aquela sessão, vira pr´um lado, vira pro outro. A cabeça decola,
voa por galáxias.
Volta, embarca na montanha-russa. Sobe, desce.
Curva pra lá, curva pra cá. Sobe de novo.
“Dorme que tem que acordar cedo”.
Um carneirinho faz ginastiquinha. Dois carneirões fazem ginasticões.
(Ix, acho que confundi. Já deve estar na hora então.)
“Senhoras e senhores, podem desembarcar”.
Rrrrrrrrrrespeitável público, o circo da República
Federativa do Brasil tem o prazer de apresentar o maior espetáculo de todos os
tempos!
No picadeiro: Marco Feliciano, Renan Calheiros, Fernando
Collor de Mello!
Hoje tem marmelada?
Tem, sim, senhor!
Hoje tem cuecas, novela, futebol e carnaval?
Tem sim senhooorrrr!!!!!!
E o palhaço, quem é?
O cidadão, o contribuinte!
Baaaaaaaaaaaaaaaaaaaarg, chega de frio!
Eu sou do tipo de gente tropical. Com flor, estampa bem
colorida e quentura mesmo.
Tem gente que é do tipo europeu.
De vez em quandinho eu até sou desse tipo... no quandinho que
dá pra se enfiar debaixo da coberta, assistir um filme, ficar agarradinho,
dormir.
Mas andar pra lá e pra cá o dia todo se tremelicando, se
arrastando com 2 kg de roupa, ah não!
Eu gosto é de andar solta, de vestido. Calor. Alegria
estampada no céu azul e brotada no chão.
Aí não existe nem sono às 6 da manhã!
Senhor dia cinzento, já tá na hora de se aposentar, não
acha?
Minha imaginação...
...
PUF!
Foi-se pelos ares...
- VOLTA! VOLTAAAA! Além do seu lugar – já garantido – aqui
na caixola, te dou meus pensamentos e o que mais? Deixa ver, hmmmmm... minhas
mãos pra te manifestar? Hã? Hã? Hããããããã?
...
- O QUE MAIS VOCÊ QUERRRRR??!
- NADA NÃO – disse a ingrata - É SÓ QUE HOJE ACORDEI
QUERENDO VOAR POR AÍ. MOSTRAR UMAS COISAS PRA UMA GENTE QUE SE OCUPA DEMAIS COM
O VAZIO. MAS AMANHÃ JÁ TÔ VOLTANDO. PEGO O AVIÃO ÀS 3h.
De repente, em uma curva que a gente passou, o cheiro do
vento trouxe uma saudade da minha infância...
Chegou a dar ATÉ saudade da infância DA MINHA MÃE! Do
cachorrinho e do tio que aprontava – que era uma peste (ainda apronta, acho).
Do médico que fazia experimentos ali mesmo no quarto dele, na pensão que a vó
tinha.
Saudade da infância da vó, com cavalo, escorpião e lobisomem
até.
Saudade da infância do meu amor. Onde não precisava de
bonequinho porque os dedos e a imaginação faziam a coleção inteira que qualquer
um podia precisar.
Lembrança boa contagia né. Enche o coração de quem vive... e
o de quem escuta viver.
Lembrança boa é o que nutre a alma. E o que empurra a gente
pro “pra frente desconhecido”.
Né?
Cruzamento
Alguma vez você já bateu o pé que queria (porque queria!)
dobrar à esquerda e alguém te arrastou para o lado oposto?
- É por aqui.
- Não, é por aqui. Tenho certeza.
- Vamos nos perder. Estou avisando.
- Eu sei o que estou fazendo. É por aqui.
E você segue contrariada.
Até que lá na última curva da estrada vocês avistam o pote
no fim do arco-íris.
- Hm. Eu avisei que sabia o que estava fazendo.
(embora ele esperasse chegar apenas até a colina encantada)
- ... ainda bem que viemos por aqui.
(como pude achar que era o outro caminho?)
Calças: pra que te quero??
Odeio usar calças. De verdade.
Mas odeio mais as jeans.
Tem treco menos feminino?
Por mim todas as mulheres flutuariam por aí em seus vestidos, balançantes ao vento, pra lá e pra cá, como numa sinfonia valsística.
Se eu mesma não fosse TÃO - pensa num "tão" forte, mas forte mesmo. Agora multiplica ele por 10 e eleva à 300ª potencia. Sou eu. - friorenta, eu usaria saias e vestidos, e essas coisas, todos os dias da minha vida.
Tem coisa mais feminina, mais graciosa, mais confortável, mais bonita?
Não tô falando de mini-saia, de exibição. Estou é falando de saia, comprimento elegante. Aquele que exacerba a feminilidade da mulher, a graça, a sutileza, delicadeza, de forma charmosa. Que dá ainda aquele toque de mistério que encanta o cavalheiro, sem precisar expor as formas de maneira vulgar, escancarada. A saia godet dos anos 50, não a minissaia vergonhosa do baile funk. Pelo amor de Deus, eu não deveria nem lembrar - nem saber, se ao menos pudesse - que este tipo de coisa existe (nem o baile, nem a saia, nem todos os outros em volta dela).
No verão que passou eu quis uma saia amarela.
Uma noite fui em uma loja à procura de uma pra dar de presente à minha tia, que queria uma branca e longa. Lá dei de cara com uma longa e amarela. Estampada de flores. O tecido era bonito, mas o modelo não me agradou muito - e nem o preço.
Claro que eu encasquetei com a saia amarela que eu queria.
Mas sem disposição pra gastar, fui atrás do tecido pra fazê-la.
Não preciso nem dizer que pela rua dos tecidos, no Boqueirão, me perdi né. Fui buscar um amarelo e voltei com meia dúzia, um amarelo, um verde, três listrados, e um outro lá pra fazer uma touca que eu quero.
Me enfiei na frente da máquina e no sábado à noite sairam as minhas duas primeiras:
Mas odeio mais as jeans.
Tem treco menos feminino?
Por mim todas as mulheres flutuariam por aí em seus vestidos, balançantes ao vento, pra lá e pra cá, como numa sinfonia valsística.
Se eu mesma não fosse TÃO - pensa num "tão" forte, mas forte mesmo. Agora multiplica ele por 10 e eleva à 300ª potencia. Sou eu. - friorenta, eu usaria saias e vestidos, e essas coisas, todos os dias da minha vida.
Tem coisa mais feminina, mais graciosa, mais confortável, mais bonita?
Não tô falando de mini-saia, de exibição. Estou é falando de saia, comprimento elegante. Aquele que exacerba a feminilidade da mulher, a graça, a sutileza, delicadeza, de forma charmosa. Que dá ainda aquele toque de mistério que encanta o cavalheiro, sem precisar expor as formas de maneira vulgar, escancarada. A saia godet dos anos 50, não a minissaia vergonhosa do baile funk. Pelo amor de Deus, eu não deveria nem lembrar - nem saber, se ao menos pudesse - que este tipo de coisa existe (nem o baile, nem a saia, nem todos os outros em volta dela).
No verão que passou eu quis uma saia amarela.
Uma noite fui em uma loja à procura de uma pra dar de presente à minha tia, que queria uma branca e longa. Lá dei de cara com uma longa e amarela. Estampada de flores. O tecido era bonito, mas o modelo não me agradou muito - e nem o preço.
Claro que eu encasquetei com a saia amarela que eu queria.
Mas sem disposição pra gastar, fui atrás do tecido pra fazê-la.
Não preciso nem dizer que pela rua dos tecidos, no Boqueirão, me perdi né. Fui buscar um amarelo e voltei com meia dúzia, um amarelo, um verde, três listrados, e um outro lá pra fazer uma touca que eu quero.
Me enfiei na frente da máquina e no sábado à noite sairam as minhas duas primeiras:
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