"Vá, se mande, junte tudo o que você puder levar
Ande, tudo que parece seu é bom que agarre já

Seu filho feio e louco ficou só
Chorando feito fogo à luz do sol
Os alquimistas já estão no corredor
E não tem mais nada negro amor

A estrada é pra você e o jogo é a indecência
Junte tudo o que você conseguiu por coincidência
E o pintor de rua que anda só
Desenha a maluquice em seu lençol

Sob seus pés o céu também rachou
E não tem mais nada negro amor

Seus marinheiros mareados abandonam o mar
Seus guerreiros desarmados não vão mais lutar
Seu namorado já vai dando o fora
Levando os cobertores... E agora?

Até o tapete sem você voou
E não tem mais nada negro amor

As pedras do caminho deixe para trás
Esqueça os mortos, eles não levantam mais
E o vagabundo esmola pela rua
Vestindo a mesma roupa que foi sua

Risque outro fósforo, outra vida, outra luz, outra cor
E não tem mais nada negro amor"

(Engenheiros do Hawaii)
Um hipopótamo.
Tanto eu queria.
Mas afinal, como o encontrou?

A rosa mais linda e inesperada no meio da rua.
O pôr-do-sol naquele ponto alto da cidade.
Todo aquele carinho nos olhos, de verdade.

O "eu sou chato, não tenho assunto" que eu queria colocar no meu colo para sempre.
Quanto assunto... quanto assunto nós criamos... desenvolvemos... inventamos.

O elogio impetuoso que corria na beira do mar.
E a venda nos olhos para levar-me até lá.

A carência tão apaixonante revelada pelas espiadas sobre as minhas mãos
Que acariciavam pelas primeiras vezes suas pernas enquanto dirigia.
O passeio de liberdade pela estrada de pedras onde a gente ia.

O estímulo conjunto, criador de ideias, de inventar.
A união da criatividade, a afinidade, a sintonia. O sonhar.

Aquele toque tão sutil, tão macio.
O morango e o chantilly.

As artes na casa da tia; na casa da mãe.
A sensibilidade de juntar o coelho ao ovo de páscoa.
As conversas divertidas com a sua sogra.

A compreensão no caminhar, pela beira da estrada
Para os ponteiros acertar.
A questão que fazia de me ter.
Por perto.
Junto.
Para sempre.

As aulas enforcadas, para ficarmos mais grudados.
As aulas em que me levava junto, para ficarmos mais colados.

O deliciamento do Strognoff da Camis.
"A Camis". "Nunca mais eu desgrudo".
A Nega Maluca da casquinha dura descoberta. Ah! Quantas negas malucas...

Os abraços infindáveis, nos quais eu sabia, para sempre queríamos estar.
A paciência que segurava minhas mãos até eu me acalmar.
As mãos que desfaziam o vinco entre os meus olhos até não mais restar.

A alegria ao ouvir o apelido, da minha boca saído, naquela mesa de praia a lhe chamar.
A satisfação pelo gesto de ter ido até você, onde estivesse, lhe encontrar.

Os e-mails apaixonados.
O pedido ao pai ausente.

Fazendo-se tão presente
Ensinou-me a conversar.

As unhas pintadas naquele quarto de fazenda.
As buscas cansativas por ruas paraguaias.
As buscas criativas pelas lojas de escrever, de criar, de ler, de pintar.

O aconchego introcável das nossas camas de solteiro...
Não precisávamos de mais nada.

A fragilidade que só precisava do meu colo.
O romantismo que só queria minha presença.
Daquele menino, eu queria eternamente cuidar.

A confissão à tia.
Confissão de casar.

As poesias.
Escritas 5 minutos antes de sair ou de deitar.
A parceria.
Como a mão e o braço, estar sempre onde o outro está.

A idolatria.
Nos bastidores e no palco.
O companheirismo.
De frente da TV. Do trabalho. Da festa. Do estudo. Da criatividade.
Estávamos sempre lá. Não importa onde precisávamos estar.

A noite em claro para, mesmo que de longe, me acompanhar.
As noites em claro para, mesmo que trabalhando, ao teu lado estar.
O estímulo que me convencia linda. Ao mais natural possível. Quando o mundo exigia exatamente o contrário.

O afeto imensurável.
As rosas e beijos.
O sorriso com tanta ternura.
Carinhos e apelos.
O desejo.

O paciente enfebrado - tão amado, naquela cama do litoral.
A fala doce e tranquila que me deu paz e colocava tudo no seu lugar.

A dança mais linda, ensinou-me a dançar.
Com ele, os sonhos mais lindos, nunca imaginados, aprendi a almejar.

As fugas nos fins de semana.
Éramos só nós dois...

E o resto do mundo?
O resto do mundo que explodisse em algum lugar.
Entrelaçados o dia todo naquele branco sofá.
De manta no passeio noturno, ao vento do mar...
...

Assim era viver com ele.
Quantas e quantas mais lembranças guarda o coração.
Quanta felicidade vivemos...

Onde estarás agora?
Além de aqui, no mais profundo de mim?

Tirou-lhe a própria existência.
Esvaiu-se com todo o sangue derramado sobre o assoalho do quarto.
Terminou de escorrer ligando-se ao medicamento... água abaixo.
Levou ele embora de mim.

Dentro dos vasos sanguíneos, costurou-se um outro.
Tentei recuperá-lo por tempos.
Ah, como insisti...
Implorei.
Desci.
Desci até encontrar o fim.
Mas dele, não havia mais ali.

Algumas vezes, pareceu querer voltar
Mas já não era mais ele...
AQUELE não lhe deixou ficar.

Aquele.
Não é mais ele.
Diz-me querer levar, pra lá e pra cá. Fugir pra aquele nosso lugar.
Depois, diz não mais sonhar.
Aquele.
Certo dia, diz me amar.
E num outro, apenas gostar.
Aquele.
Vira a noite misturado ao meu corpo.
De dia, acorda a me escorraçar.
Em uma fala, diz ter tudo aqui em uma só.
Na seguinte, não sabe se comigo quer estar.
Aquele.
Não deixa-me ir embora
Mas diz não poder mais amar.
Aquele.
Já não sabe se está, nem se quer estar.
Esconde-me ao bater da porta.
Às vezes parece sentir-se bem ao machucar.

O que me deixou de bom, diz não mais acreditar.
É isso o que diz fazer bem para si.
É assim que diz estar mais feliz.

Livrou-se da sensibilidade.
Desfez-se do amor.
Pela janela, o romance jogou.
A poesia da vida, que era certa
Sobre o trilho o trem passou.
Todo aquele seu esplendor
Para fora da porta fechou.

Será só para mim?

Como uma bela pintura que escorre suas cores.
Como a rosa perfeita que gastou seu perfume.
Beija-flor sem flores. Montanha sem cume.

A bolha de sabão
Que no ar deveria estar
Por fim preferiu ao chão se atirar

Enterrou-se.
Ele.
Que apenas eu conheci.

Velou-se.
Ele.
Que aqui em mim se alojou.
Onde, tão somente, permanece a viver.
Junto de si, de mim tudo levou.

Se este, meu amor, era o descanso que necessitava, vá em paz.
Se esta era a liberdade que almejava, é certo que jaz.

Se nada mais posso fazer...
Devo eu, apenas conformar-me com a tua definitiva ausência.
Devo então, confortar-me com a tua extinta presença.
Que ao menos em minha alma restou.

Leva noite.
Leva a dor que me consome.
Leva a tristeza de saber que, aqui nesta, não mais o verei.
Leva as lágrimas pelos mortos que não irão, por elas, levantar.
Tira também de mim a vontade de outros sonhos sonhar.
Deixa a certeza de ter sido único.
Deixa ao menos o conforto de ter tudo isso para lembrar.

Traz dia a possibilidade de em uma estrela, a gente se reencontrar.

Mas como eu poderia evitar
E perdidamente não me apaixonar?

Entregou-se sem frescura
Generosidade pura
Corpo, alma, coração.

Não sabia, eu, que isso lhe fazia mal.

Entreguei-me também.


Em meio às decepções com o mundo
Tirou-me sua entrega.

Na intenção de aprender a dizer não
De barrar as invasões de tantos ao redor
Aprendeu, como um humano qualquer, a pensar em si só.

No meio de campo, a cabeça com a novidade
Confundiu auto-estima com egoísmo.
Tornou-se uma só reação
Para qualquer tipo de ação.

Perdeu o tato
A capacidade de distinção
Para quem podia se entregar
E quem deveria barrar.
Para quem podia mostrar suas fraquezas
E para quem deveria impor suas recém-construídas fortalezas.


Achava eu, que a entrega era modo de ser
De sentir-se feliz

Mas sentia-se abusado

E eu que pensei
Como quem recebe o carinho
Que era fruto de amor

Sem a consciência de que a mão que acariciava
Podia estar se auto-mutilando
Apenas para agradar.
Por insegurança
Baixa auto-estima
Era jeito apenas de conquistar.


Entreguei-me também.
Por amor
Retribuição
Vontade espontânea do coração.
Dessa, o arrependimento jamais poderá se apropriar.

Tirou-me a entrega
Como se entregar-me tivesse lhe feito mal
Como se fosse eu a manipuladora de suas atitudes e pensar

Mas nunca pedi para se anular
Nunca lhe disse como pensar
Nunca exigi como devesse se portar

Confundiu-me
Uma, duas, três vezes
E muitas mais.


Como se eu não fosse aquela
Capaz de a minha vida lhe dar.

Como se eu não fosse aquela
Que já a tivesse dado.

Sou conhecedora do seu pior.
O seu melhor, sei decor.
Contigo, pela transição passei.
E aqui fiquei.
Permaneci.

Ainda estou aqui.
Pulou da cama
Passou pela porta
Percorreu o chão da sala
Atravessou a cozinha
E pela fresta, deslizou.

Rolando lá fora
Bateu
Pingou
Subiu
Voou


Loooooooooongeeeee...


Gargalhou.


No ar, parou.


- Uma explicação?


- Uma explicação??
Como há de entender qualquer delas, se nem ao menos entende aquilo que transparece em meu olhar? As batidas do meu coração se mostrando insistentemente no abre e fecha das minhas pupilas, frente a frente com as suas?


Medo de se entregar?
Desculpa que já não pode amar.
Soterra sua magia.
Afoga tua criança.
Para evitar que ela mesma se afogue em lágrimas depois.
Rechaça a possível tristeza. Mas também a felicidade.


Qual foi mesmo o final feliz que não rendeu tantos sentimentos inversos?
Entre contos e reviravoltas, maluquices, raiva, paixão, angústia, alegria, dor, amor.
E foram felizes para sempre.


(Mas apenas os malucos.)


Essa, meu bem, é a tal explicação.
É o conto de fadas tão raro de encontrar.
E que tão naturalmente, conseguimos estrelar.
É o final feliz que todos (nem todos) esperam.
Todas as fadas em um só conto.
Todos os contos em um só livro.


Aí fora, a realidade chamou.
Pareceu legal.
Pegou pela mão.
Trocou o livro de cunho próprio para mergulhar nas histórias contadas por centenas de tantos outros...
Por certo tempo, até que encantou!
Mas não há "para sempre" para si, na história de outro.


Não há "para sempre" para os pés que gostam do chão.
Eles mesmos determinam: o tempo? É só por um tempo!


- E o encanto? Nisso aí, onde está?


- Bem... tava a... li???


            *


Escafedeu-se.
Pifou.


Quanta entediação!
Que coisa sem graça... uma chateação.
Cabeça e pé no chão.
Espremem para fora a imaginação.


"Sonhar?
Pra quê?
Não há tempo!
Rápido! Preocupe-se tão somente em pisar! Em pensar!"


No nosso caso, meu caro...
Você e eu.
Eu e você.
Somos, 2 em 1, frutos de nossa própria imaginação.
Imaginação em conjunção... ah... quanta imaginação!

Não há realidade, criatividade ou Peixe Grande que sejam páreos para esta tão encantadora união.
Conexão.
Mental. Física. Emocional.
Ideias. Sonhos. Pele. Imaginação. Gestos. Vontades. Sentimentos. Olhares. Atitudes. Pensamentos. Sintonia. Simetria.


SIMETRIÈ!!


O mundo pede simetria.
A natureza e seus bastidores pedem por ela.
Olhe para si.
Para os lados.
Para cima.
Para baixo.


Aí está sua explicação.


E se não lhe for suficiente...
Tenho apenas lamentar como opção.
Estraçalha de vez tua cria
E cria logo raízes nesse chão.



Se renegas o que era bom em ti,
Guardo eu, aqui em mim.

É a vida tirando o seu sarro



Ela não era mais aquela menina.
Trocou a capa pelo vestido.
Mudou-se.
Casou.
Arrancou do peito o coração e deu a ele, como uma mãe, a seu filho.

Ele não era mais aquele menino.
Mudou.
Brincou.
Mandou.

Morreu?

Cada um para um lado.
DE NOVO???
Mas será o Benedito que não aprendem nunca?
Não adianta insistir! Mar e mar,  mesma essência. Vieram e vão para o mesmo lugar. 
Sempre vão reencontrar.
Esse negócio de separar não passa de conversa pra boi roncar.

Bem... 
Pelos meios dos caminhos de viéses separatosas...

Ele se deparou com uma encruzilhada

E ela?
- Cá estou, novamente.

Gira mundo.
Gira vida.

- As coisas não mudam de lugar.
O que muda é apenas o jeito de estar.

Agora uma mulher.
Cara a cara com a floresta.
O medo tornou-se desafio.
Virava doce em sua mãos.

E lá vai ela.

- Pela estrada à fora, eu vou bem sozinha, levar esses doces para a vovózinh...
- E aí, Chapéu?
Interrompeu-se a melodia e ressoou.

- Lobo? Você ainda anda por aqui?
- Não. Estou só de passagem.

Gira mundo.
Gira vida.

- Como estás bonita.
- E tu, tão magrinho! Como vai a família?
- A prole aumentou. E como todo 2 e 2, um dia está bom, depois fica ruim. Aí fica bom, bom, bom. Aí fica pior do que nunca. E assim vai. Todos nós complicamos muito as coisas... e a vida passa tão rápido. Mas e você? Conte-me tudo!

E num desatino, como dois velhos amigos, se puseram a conversar, por horas e horas, naquela tarde de sol em meio à clareira da floresta.
Ele ouvia.
Ela falava.
Ele opinava.
Ela se lamentava.

Quanta ironia!

Gira mundo.
Gira vida.

- Lobo, lobo! Como pode? Agora um melhor amigo? Você... que um dia pareceu querer tirar de mim meu coração, hoje ouve dele meus choramingos e... me aconselha?? Diz-me... como reencontrar aquele para quem entreguei o meu amor verdadeiro? Quanta ironia para uma vida só!

Gira mundo.
Gira vida.

Ontem escuridão.
Amanhã luz.

Naturalmente, retomaram cada um seu caminho, como quem encontrou o lugar para aquela pecinha perdida do quebra-cabeças.

Continuando a caminhada, estavam lá os três porquinhos.
Sopravam eles, dessa vez, a barraca de um jovem caçador.

Na outra esquina, o coelho apressado da Alice praticava meditação.

Mais à frente, os sete anões, por sua vez, assavam uma bela e cheirosa torta de maçã.
Para a madrasta, que fugiu para a floresta porque se apaixonou pelo lenhador.

Gira mundo.
Gira vida.

Presente do tempo
Lição de continuar

Morre passado, nasce futuro
Passado e futuro a se encontrar

No gira-gira contínuo
É lá novamente que vamos parar

Só as peças do tabuleiro
É que mudam de lugar.


É preciso acreditar nas artimanhas da vida.

Alguma vez ela falhou?

Não.

O que falha é a compreensão apressada do aprendiz ansioso pelo fim, enquanto o mestre calmamente - e certeiramente - se prolonga pelos meios.


So... take a breath!

Again.

And again.

Reset? Delete? Stop it?


Aprender.
Acumular conhecimento.
Um tijolinho sobre o outro.
Moleza para o cérebro humano. Moleza até para o coração.
Aprender a respirar, a ver, a andar, a comer, a falar, a ler e escrever.
Talvez o mais difícil seja aprender a viver. Ou melhor, aprender a morrer. Dia a dia.

Desaprender.
Retirar tijolinhos sem desestruturar a construção?
Como se faz??
Como ensinar o cérebro a apagar o que já está gravado, sendo ele uma máquina de gravar e não de apagar?
Como é que ninguém inventou um botão de resetar?

Como faz para ensinar o coração a desamar depois que ele se preenche com amor e não com paixão?
Como ensinar as artérias a não pulsarem com o sangue correndo por dentro delas?
Como colocar em uma caixinha os sonhos que você criou e jogá-los pela janela?
Como arrancar das suas entranhas a vida que tomou conta delas?
Como dizer à sua alma que também não será nesse corpo?

Como fechar os olhos e não ver a imagem de um relógio quando ouve o barulho dos ponteiros – tic tac tic tac tic tac?
Como ouvir o au au ao longe e não saber que vem de um cão?
Como desaprender aquela rosa, uma vez compreendido seu perfume pela terra do meu coração?
Pode ela murchar... 
Pode mudar de cor...
Pode ela desabrochar...   
Pode espinhar... me fazer sangrar...
Meu coração sempre saberá ser a rosa.

Como faço então para que ele entenda que a rosa não voltará a ser a rosa que aprendeu?
Como destruir a lembrança gravada no olfato? Na visão? No tato?
Como faço para que eles entendam que a rosa não quer mais ser rosa??  
Como explicar que no lugar do aroma,  agora ela só tem a oferecer os espinhos?

“Dê-lhe mais terra”  – diz a cabeça;
“Dê-lhe mais sol” – diz o coração;
“Dê-lhe mais água” – diz a razão;
“Dê-lhe borboletas...” diz a emoção...

Dou-lhe o mundo... 
Mas como lhes explicar que nada disso faz mais falta? Que qualquer oferenda de amor tem nutrido apenas seus espinhos e não mais o desabrochar?

A cabeça, nem o coração... a razão, nem a emoção... não entendem como se a rosa precisa da terra, e a terra da rosa... essa não lhe queira mais?

Como destruir a esperança indestrutível do coração?????????????????????????????????????????????? 
De que a rosa novamente seja apenas a rosa que lhe completou.
Como fazer com que acorde?
Chacoalhá-lo?
Infrutífero.
Estapeá-lo?
Deu em nada.

Como fazer com que enxergue e pare de sonhar, sonhar, sonhar?????
A ROSA JÁ NÃO LHE QUER, SEU BURRO! 
CHEGA DE ESPERAR!
CHEGA DE BATER!
CHEGA DE SONHAR!
ACORDA!
ACORDA!

Como desaprender a ser alguém?
E voltar a ser outro alguém...
Que apesar da falta de alguns valores, fazia mais falta.

Aprender pra quê?
Se no final das contas o que parece salvar dessa tristeza é desaprender.

Eis aí a verdade de que sofre menos quem sabe menos? 

Sedex 10


Tristeza maior que não saber amar?
Velha desconhecida.
Nova companheira.
A dor dos poetas.
O maior amor do mundo explodindo do peito;
Transbordando pelos olhos...
Sem poder extravasar.
Mandá-lo ao destinatário e receber de volta, com o aviso de ´não encontrado`.
Será que o seu próprio estímulo criador já não o quer?
Será que viajou e um dia retorna?
Será que se mudou para sempre?
Se hoje o recebe, faz dele apenas combustível para sua força. Para seu "amor-próprio". Para o seu ego.
A maior da maior dor é o seu querer fazer o melhor bem não ser bom.
Não fazer falta.

Não ser o suficiente. 

Preto no Branco


. . . . . . . .    


De madeira, me fez lápis de cor.

Das minhas cores, coloriu seus dias.

Dos seus dias, fez a paisagem de minha vida.

E agora, as cores com as quais me criou já não fazem parte da sua aquarela?


. . . . . . . .