Mas como eu poderia evitar
E perdidamente não me apaixonar?
Entregou-se sem frescura
Generosidade pura
Corpo, alma, coração.
Não sabia, eu, que isso lhe fazia mal.
Entreguei-me também.
Em meio às decepções com o mundo
Tirou-me sua entrega.
Na intenção de aprender a dizer não
De barrar as invasões de tantos ao redor
Aprendeu, como um humano qualquer, a pensar em si só.
No meio de campo, a cabeça com a novidade
Confundiu auto-estima com egoísmo.
Tornou-se uma só reação
Para qualquer tipo de ação.
Perdeu o tato
A capacidade de distinção
Para quem podia se entregar
E quem deveria barrar.
Para quem podia mostrar suas fraquezas
E para quem deveria impor suas recém-construídas fortalezas.
Achava eu, que a entrega era modo de ser
De sentir-se feliz
Mas sentia-se abusado
E eu que pensei
Como quem recebe o carinho
Que era fruto de amor
Sem a consciência de que a mão que acariciava
Podia estar se auto-mutilando
Apenas para agradar.
Por insegurança
Baixa auto-estima
Era jeito apenas de conquistar.
Entreguei-me também.
Por amor
Retribuição
Vontade espontânea do coração.
Dessa, o arrependimento jamais poderá se apropriar.
Tirou-me a entrega
Como se entregar-me tivesse lhe feito mal
Como se fosse eu a manipuladora de suas atitudes e pensar
Mas nunca pedi para se anular
Nunca lhe disse como pensar
Nunca exigi como devesse se portar
Confundiu-me
Uma, duas, três vezes
E muitas mais.
Como se eu não fosse aquela
Capaz de a minha vida lhe dar.
Como se eu não fosse aquela
Que já a tivesse dado.
Sou conhecedora do seu pior.
O seu melhor, sei decor.
Contigo, pela transição passei.
E aqui fiquei.
Permaneci.
Ainda estou aqui.
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