Andar no centro da cidade é – no mínimo – divertido.
Em uma volta, mil sensações. É o sol gostoso batendo na gente em um dia que não dá pra saber se é calor ou se é frio (metade de cada, acho).
Tantas caras. Tantos cheiros. Tantos sons. Tudo misturado.
Tantas vidas diferentes passam pra lá e pra cá, e se cruzam nas esquinas. Tantos valores e propósitos diferentes.
Tantas cores. E tanta falta de cor, no meio do aglomerado de prédios pintados pelo acinzentado. Da respiração cinza dos mil motores que também passam por ali todo dia.
O tiozinho correndo desesperado pra não perder o ônibus (que parou e nem abriu a porta ainda).
A moça caminhando com um menino na mão direita e um livro aberto na outra. É um passo, e uma palavra. E a criança guiando. 
(Essa sim gosta de ler!)
Um pouco ali na frente, a conversa das senhoras:
- E onde é a meia?
- A de R$1,00?
- Ahãm.
- Ah, é naquele memo lugar que passemo aquele dia e compremo o guarda-chuva.
O cara com voz de locutor anunciando promoção na loja.
É estátua que se mexe.
(Hoje em dia elas fazem até coreografia.)
Uma mulher gritando o dia todo. É cobra pra cá, borboleta pra lá.
(Deve ser bióloga ela.)
Tem dupla tocando violão. Outros vendendo música de outros.
Até palhaço tem nesse circo da rua XV.
A senhorinha vendendo bala pra ganhar 0,50... ai, me corta o coração.
(Ainda bem que eu adoro bala de goma.)
Gente ganhando a vida e gente gastando o que ganhou pra viver.
Deu até saudade do tempo em que bater perna no centro era quase um ofício.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Oi!!!
Suas opiniões são muito bem-vindas!